01/02/24 |   Segurança alimentar, nutrição e saúde  Transferência de Tecnologia

Cultura da mandioca tem destaque na Coopavel

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Foto: Vanderlei Santos

Vanderlei Santos - Cultivar para uso industrial recomendada para os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul.

Cultivar para uso industrial recomendada para os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul.

De 5 a 9 de fevereiro, tecnologias da cultura da mandioca vão ser divulgadas pela Embrapa durante o Show Rural Coopavel 2024, que acontece em Cascavel (PR). Processos e variedades altamente produtivas vão estar disponíveis na Casa da Embrapa e em experimentos montados na Vitrine Tecnológica do evento.

A equipe da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) no Show Rural Coopavel, formada por Rudiney Ringenberg, pesquisador que atua no campo avançado da Unidade no Centro-Sul do País, e por Helton Fleck da Silveira e Herminio Souza Rocha, analistas do Setor de Gestão de Transferência de Tecnologia, vai apresentar as seguintes tecnologias:

Propagação de mandioca com qualidade fitossanitária em câmara térmica automatizada – A câmara térmica automatizada se constitui em uma estufa, utilizada para limpeza de agentes patogênicos nas plantas, possibilitando a produção em larga escala de matrizes-elite em reduzido espaço físico. A metodologia da limpeza clonal ocorre pela exposição das plantas a altas temperaturas, entre 50 °C e 55 °C, e umidade relativa do ar de 90% durante as horas mais quentes do dia. Todo o processo é automatizado, com abertura programada para quando a temperatura se eleva acima do limite estabelecido nos sensores. As plantas permanecem sob esse regime por aproximadamente 120 dias, sendo submetidas a dois ciclos de tratamento.

Miniestacas de mandioca – Processo de geração de material de plantio de mandioca a partir de três diferentes abordagens: mudas micropropagadas em fase de aclimatização, mudas produzidas pela técnica da multiplicação rápida e a partir de plantas de campo. As mudas/plantas são induzidas a estiolarem até uma altura de aproximadamente 1,0 m. No caso das mudas micropropagadas, as mudas são deliberadamente deixadas na fase de aclimatização por um tempo maior que o habitual de 60 dias, para que haja o estiolamento da parte aérea até atingirem cerca de 50-80 cm. As miniestacas são coletadas das bases das hastes cortadas aproximadamente a 5-7 cm a partir do solo.

BRS 429 – Cultivar de mesa altamente produtiva (no Paraná, a produtividade média da BRS 429 foi superior em 25,7% em relação às variedades tradicionais e, em São Paulo, a superioridade alcançou 53,9%), que possui porte reto (adequado ao plantio mecanizado); raiz cilíndrica, mais longa e uniforme, o que confere um aproveitamento comercial maior; precocidade (pode ser colhida aos oito meses); e moderada resistência às principais doenças que atingem as regiões (bacteriose e superalongamento). Apresenta polpa de coloração amarela intensa (preferida dos consumidores), bom tempo de cozimento (média de 20 minutos), textura farinácea, adequada tanto para o consumo mais usual (cozida e frita) como também para a obtenção de massa de boa qualidade, e sabor superior.

BRS CS 01 – Mandioca para a indústria recomendada para as regiões sul/sudeste do Mato Grosso do Sul e noroeste e extremo oeste do Paraná. Nas avaliações, seu grande diferencial ficou por conta das características relacionadas à produtividade. No primeiro ciclo (colheita aos dez meses), a produtividade de raízes foi pelo menos 31% maior que a das variedades tradicionalmente plantadas na região; e no segundo ciclo (colheita aos 18 meses), o aumento registrado girou em torno de 93%. No que se refere a doenças, a cultivar é semelhante às mais plantadas em relação à bacteriose e antracnose e menos suscetível ao superalongamento. O porte reto permite o plantio mecanizado, e a alta cobertura do solo requer número menor de capinas, o que diminui os custos. Também é indicada para o plantio direto, o que agrega sustentabilidade aos sistemas de produção da cultura.

BRS 399 – Cultivar de mandioca de mesa de polpa amarela de alta produtividade que pode alcançar 70 t/ha. O tempo de cozimento das raízes é reduzido, e a massa tem textura farinácea, sabor característico e ausência de fibras. Em função da precocidade, deve ser colhida preferencialmente de 8 a 12 meses após o plantio. É recomendada para o Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e entorno, sendo mais indicada para plantio em solos de média a alta fertilidade. A arquitetura da planta pouco ramificada favorece os tratos culturais. Apresenta moderada resistência à bacteriose e ao superalongamento.

BRS 420 – Cultivar para uso industrial recomendada para os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, com aptidão para uso no plantio direto. Apresenta expressiva superioridade às variedades mais utilizadas nestas regiões quanto à produtividade de raízes e amido, tanto no primeiro quanto no segundo ciclo. Além de possuir resistência moderada a bacteriose, superalongamento e antracnose — doenças importantes da cultura —, tem porte reto, que favorece tratos culturais, colheita e produção de ramas para o plantio.

Vão ser apresentadas duas cultivares para a indústria que estão em processo de lançamento, provavelmente no final do ano. Uma delas é indicada inicialmente para os estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Sua principal aplicação é para produção de amido, porém, por possuir raízes de cor externa (película) clara, pode ser empregada também na produção de farinha.

A outra é indicada inicialmente para o estado de São Paulo, porém com aptidão para atender também Mato Grosso do Sul e Paraná. Pode ser colhida mais cedo (em torno de 1 ano após o plantio). Além da rusticidade (adaptação a solos pobres e com altos teores de alumínio) e da alta produtividade de amido e estabilidade quanto aos teores de amido, tanto em primeiro quanto em segundo ciclos, as raízes se dispõem horizontalmente, o que confere facilidade de colheita mecanizada. Sua principal aplicação é na produção de amido, porém, pelo seu elevado e estável teor de matéria seca, pode também ser utilizada pela indústria de farinha.

 

Léa Cunha (DRT-BA 1633)
Embrapa Mandioca e Fruticultura

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