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Diretoria-executiva da Embrapa participa de debate sobre sustentabilidade das lavouras na Abertura da Colheita do Arroz

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Foto: Paulo Lanzetta

Paulo Lanzetta -

Clenio Pillon, diretor-executivo de Pesquisa e Inovação (DE-PI) da Embrapa, participou do Painel “Sustentabilidade na orizicultura e os horizontes do selo ambiental do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga)”, na manhã desta quarta-feira (22), durante a 34ª Abertura da Colheita do Arroz e Grão em Terras Baixas, realizada na Estação Experimental Terras Baixas (ETB) da Embrapa Clima Temperado, no Capão do Leão (RS). O debate ocorreu durante o “Seminário Mercado Verde e o Agro”.

Pillon começou afirmando que a temática ambiental é desafiadora, porém mais ampla do que a questão do carbono. Para ele, o destaque à sustentabilidade tem se dado, principalmente, em função do atendimento a um consumidor globalizado cada vez mais preocupado com clima e alimentação. 

Nesse contexto, mencionou três nexos importantes ao setor: a relação da produção de alimentos com saúde, qualidade de vida e longevidade; com conservação e uso sustentável da biodiversidade - fundamental para a adaptação à mudança climática -; e com a crise climática. E ainda abordou três transições pelas quais a sociedade está passando: alimentar e nutricional, energética e climática.

Iniciativas ligadas à sustentabilidade

Levando estes aspectos em consideração, mencionou duas iniciativas ligadas à sustentabilidade realizadas atualmente em âmbito federal. A primeira, liderada pelo Ministério da Fazenda, busca criar uma “taxonomia sustentável do rural brasileiro”, de maneira a estabelecer protocolos, junto ao setor produtivo, baseados em métricas e indicadores de sustentabilidade lastreados em ciência para a propriedade rural. “Para mostrar ao mundo que a nossa produção se dá, sim, em bases sustentáveis, com a nossa taxonomia. Se não fizermos isso, alguém fará por nós”, afirmou.

A segunda, vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), seria a plataforma Agro Brasil + Sustentável, com primeira etapa prevista para julho, que irá disponibilizar informações oficiais sobre a produção agrícola sustentável brasileira. “São dados e informações, chanceladas por um conjunto de instituições, especialmente públicas, com base em ciência, que terão cada vez mais esse papel de apoiar as cadeias produtivas para que elas possam, no futuro, estabelecer processos de rastreabilidade e certificação para agregar valor e abrir mercados cada vez mais exigentes”, completou.

 

Selo ambiental do Irga

Segundo Pillon, o “Selo Ambiental da Lavoura de Arroz Irrigado do RS” já seria um avanço nesse sentido. A iniciativa, lançada na safra 2008/2009, foi apresentada no painel por Rafael Nunes dos Santos, pesquisador da instituição. Ele contextualizou a cultura, relacionando com a temática ambiental; abordou alguns aspectos em termos de sustentabilidade do setor, que passou da monocultura à diversificação; e, por fim, abordou a questão do selo. 

Especificamente sobre o reconhecimento, explicou que a iniciativa busca considerar as lavouras no novo cenário de sistemas de cultivo integrados. O objetivo também é valorizar os produtores que estejam em conformidade com a legislação ambiental. Rafael ainda reforçou a necessidade de se criar indicadores para demonstrar as boas práticas já adotadas pelos produtores e abordou a possibilidade de se realizar um “marketing verde” a partir da obtenção de certificações.

Para ele, o selo representa oportunidades como agregação de valor, acesso a novos mercados, possíveis incentivos financeiros, melhoria da imagem e da marca e valorização do arroz brasileiro. “Temos uma série de pontos positivos na lavoura de arroz nos últimos anos. O que precisamos é de um reconhecimento maior e o selo ambiental pode servir para dar visibilidade para essas boas práticas que já são realidade na lavoura”, concluiu.

O debate também contou com a participação de Márcio Madalena, secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Estado, que, de imediato, destacou a importância para o setor orizícola da participação de representantes da Embrapa e do Irga num mesmo painel. Ele ainda reconheceu a Abertura da Colheita como grande hub de discussão da sustentabilidade das lavouras e reforçou o papel do selo do Irga como grande chancelador dessa sustentabilidade nas lavouras do Estado.

Francisco Lima (13696 DRT/RS)
Embrapa Clima Temperado

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