01/03/24 |   Segurança alimentar, nutrição e saúde

Embrapa marca presença em seminário sobre segurança alimentar da FINEP

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Foto: Ilzo Risso

Ilzo Risso -

“É realmente um patrimônio do nosso País ter a Embrapa e o seu saber voltado para a segurança alimentar.” A fala é do chefe de gabinete da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Fernando Peregrino, referindo-se à presença da chefe-geral da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), Cristhiane Amâncio, em representação à presidência da Embrapa, na 7ª edição do Seminário da Neoindustrialização realizado pela entidade. O evento, em Niterói, RJ, integrou a programação da Conferência Estadual do Rio de Janeiro, coordenada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) no final de fevereiro.

O principal tema discutido na mesa-redonda de que Cristhiane participou foi segurança alimentar, com foco na agricultura familiar e na agroecologia e no papel que desempenham no combate à insegurança alimentar e às desigualdades. Além dela, também participaram Fernanda Machiaveli, secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Rosilda Prates, presidente-executiva da P&D Brasil; e Edward Madureira, assessor da presidência da Finep. Fernando Peregrino foi o coordenador dos seminários temáticos e mediador da mesa. 

Cristhiane reafirmou o papel da Embrapa, com atenção e cuidado do campo à mesa do trabalhador em busca de uma agricultura ecológica e qualidades de trabalho dignas. “Em um processo de democratização do acesso ao direito de produção e disponibilização de alimentos saudáveis em bases sustentáveis, a Embrapa tem a agroecologia como uma premissa não apenas de ciência e tecnologia, mas também de transformação da sociedade, entendendo que a ciência e a tecnologia só fazem sentido se voltadas para a solução de problemas em contexto dependente ao seu território”, disse a chefe.

Para ela, o compromisso de produzir ciência e tecnologia em uma base sustentável deve ser premissa para a superação dos desafios sociais da fome enquanto consequência de um projeto de exclusão da sociedade e do direito de existir. “Falar em ciência e tecnologia para a produção de alimentos em bases mais sustentáveis passa por uma reconfiguração do nosso modelo de trabalho, para que as pessoas possam ter tempo de qualidade para manusear e produzir seus alimentos”, explicou. “Reconhecer que alimentar a população é um trabalho e não uma dádiva é parte do projeto da agroecologia, enquanto popularização do alimento saudável na mesa de quem está nos campos e na cidade”, acrescentou.

Fernanda Machiaveli também relembrou os projetos do governo federal para o incentivo à mecanização, compra de equipamentos e implementos para a agricultura familiar, especialmente o programa Mais Alimentos. “Precisamos diminuir a penosidade do trabalho no campo e melhorar a qualidade de vida desses trabalhadores para potencializar a qualidade do trabalho, aumentar a produtividade e melhorar a distribuição agrária no País”, disse.

Já Edward Madureira apontou o grande potencial que a agricultura familiar tem para a geração de renda e o combate à fome e às desigualdades. “São necessárias medidas estruturantes urgentes, que passam por mudanças no ambiente regulatório, como a regulamentação da produção e uso de bioinsumos e remineralizadores de solo e a simplificação dos processos de registro e certificação de produtos; a implementação de um sistema robusto de previsão climática e ambiental e do Plano Nacional de Fertilizantes, além de um forte programa de assistência técnica e extensão rural, aliado à ampliação de acesso ao crédito e apoio ao desenvolvimento, difusão e fabricação de máquinas e implementos voltados para esse tipo de agricultura”, indicou.

Cristhiane finalizou a discussão com apontamentos sobre mudanças e melhoramentos da qualidade de trabalho no campo. “Temos que repensar nossas linhas de pesquisas, gerar inclusão socioprodutiva, criar novas estratégias de ciência e tecnologia para construir projetos focados numa realidade territorial. As tecnologias precisam estar a serviço da transformação da sociedade”.

A roda de conversa sobre segurança alimentar foi a primeira da sétima e última edição da série de 12 seminários sobre o tema de neoindustrialização realizados pela Finep. Para conferir as palestras completas, acesse aqui.

Yasmin Alves (Estagiária de Jornalismo)
Embrapa Agrobiologia

Liliane Bello (MTb 01766/GO)
Embrapa Agrobiologia

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