19/03/24 |   Recursos naturais

Semeadura direta é tema debatido em evento da SEAERJ

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Foto: Arquivo Embrapa

Arquivo Embrapa -

Pesquisadora da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), Juliana Freire foi uma das palestrantes do debate Restauração Florestal: uso de drones ou técnicas consagradas, realizado pela Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (Seaerj) no fim de fevereiro. Além dela, o evento também contou com participação de especialistas da área, como Gregory Maifre, CEO da MORFO do Brasil; João Kleber Freitas, representante da Associação Profissional dos Engenheiros Florestais do Estado do Rio de Janeiro (Apeferj); e Celso Junius, diretor-técnico da Seaerj.

O intuito foi debater as diferentes técnicas e metodologias possíveis para restauração florestal com foco na semeadura direta, tendo como ponto de partida o fato de que prefeitura do Rio de Janeiro contratou um serviço de drones para o lançamento de sementes em mutirões de reflorestamento. De acordo com a prefeitura, os drones semeadores são uma aposta para dar velocidade ao reflorestamento no Rio (leia mais aqui).

“A semeadura tem crescido muito no Brasil, principalmente nos últimos anos. Ela é considerada uma técnica mais barata indicada para locais de difícil acesso e que pode ser feita de pelo menos três diferentes formas”, conta Juliana. Entretanto, por ser uma técnica ainda não muito utilizada - em comparação com o plantio de mudas, que tem sido feito há mais de 30 anos no Rio de Janeiro pelo projeto Mutirão Reflorestamento –, existem muitos questionamentos sobre a eficácia e os métodos corretos de utilização da semeadura direta. A pesquisadora, que tem diversos projetos de pesquisa sobre restauração ambiental ligados à temática, apontou no debate os pontos positivos sobre semeadura, uso de drones e maneiras de melhorar a técnica, em especial em relevos íngremes e sem o uso de herbicidas.

Além disso, ela destacou a necessidade de discutir as prospecções do mercado de sementes e possíveis parcerias com comunidades para a coleta. “Não existe uma rede de sementes no Rio de Janeiro. Então, é importante que surjam projetos de semeadura para que possamos ter a demanda e nos mobilizarmos. Se vamos fazer semeadura direta, precisamos também envolver as comunidades nessa técnica. Ela é promissora, mas não podemos esquecer desse vínculo social”, argumenta. 

Como funcionam os drones semeadores?

Com apenas um drone, é possível dispersar 180 cápsulas e sementes de diferentes espécies por minuto, o que o torna até 100 vezes mais rápido que outros métodos tradicionais de reflorestamento, como o plantio de mudas. Ele também é uma das melhores alternativas para reflorestamento em locais de difícil acesso, além de dispensar os meses de nutrição em viveiro das mudas, assim como o transporte delas até a região do plantio - o que por sua vez reduz em larga escala o custo financeiro. “Precisamos diversificar as técnicas e metodologias para não ficarmos sempre com o plantio total com mudas, que é a técnica de restauração mais utilizada. Temos diversas pesquisas sendo desenvolvidas com outras técnicas de restauração, entre elas a semeadura direta”, afirma Juliana. 

De acordo com a pesquisadora, entretanto, apenas o lançamento das sementes no solo não é o suficiente. É preciso que ocorra o preparo do solo, o monitoramento e a manutenção constante da área. O uso de drones também pode ser positivo nesse aspecto. Durante o projeto da prefeitura, estão sendo feitas imagens das áreas reflorestadas por meio de satélites e drones, utilizando inteligência artificial para estudar a evolução da cobertura vegetal e da biodiversidade. O monitoramento também possibilita detectar imprevistos, como eventos climáticos adversos ou surgimento de espécies invasoras. Todas as informações são disponibilizadas à Secretaria de Meio Ambiente e Clima, que acompanha o trabalho. “Não adianta jogar a semente e achar que ela vai germinar em um solo compactado e, muitas vezes, sem fertilidade, por ser uma pastagem degradada. A fase do preparo é fundamental, assim como a fase de manutenção e monitoramento. Precisamos ter a correlação do sucesso da semeadura direta de acordo com a tipologia climática e de solo das diferentes áreas”, explica Juliana.

Para conferir a discussão completa, acesse aqui.

Yasmin Alves (Estagiária de Jornalismo)
Embrapa Agrobiologia

Liliane Bello (MTb 01766/GO)
Embrapa Agrobiologia

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Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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