04/04/24 |   Transferência de Tecnologia

Dia de Campo sobre edamame reúne produtores em Paty do Alferes (RJ)

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Foto: Ana Lucia Ferreira

Ana Lucia Ferreira - A pesquisadora Ilana Felberg orienta os participantes na estação de pós colheita e processamento do edamame

A pesquisadora Ilana Felberg orienta os participantes na estação de pós colheita e processamento do edamame

Cerca de 80 pessoas, entre produtores, estudantes e técnicos, participaram do Dia de Campo sobre edamame (soja hortaliça) promovido pela Embrapa na Fazenda Santa Tereza, em Paty do Alferes, na Região Centro-Sul Fluminense, no dia 27 de março. A Fazenda iniciou neste ano uma pequena produção de edamame no sistema orgânico com ótimos resultados, o que demonstra um grande potencial da região para esta produção. “O nosso propósito foi trazer informações e tecnologias para servir aos produtores e impulsionar a agricultura fluminense”, disse André Dutra, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria de Alimentos.

 

Divididos em quatro grupos, os participantes passaram por quatro estações onde aprenderam um pouco sobre o cultivo, manejo e processamento deste alimento tradicional no oriente e que vem ganhando popularidade nos países ocidentais, como o Brasil. Os especialistas da Embrapa Agroindústria de Alimentos, da Embrapa Agrobiologia, da Pesagro-Rio e da Fazenda Santa Tereza se dividiram em quatro estações, que abordaram desde os tratos culturais necessários para manutenção de um solo saudável até o preparo e degustação.

 

A agricultora Alzeni Fausto parecia interessada e animada com a possibilidade de iniciar o cultivo de edamame. “Ele pode ser uma alternativa para resolver as dificuldades de obtenção de renda no período de verão”, explicou Alzeni, que é presidente da Cooperativa Univerde, que reúne agricultores de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde cultivam principalmente hortaliças.


Por ser uma localidade com temperaturas que chegam aos 40 graus no verão, o cultivo de hortaliças se torna inviável nessa época do ano. “Nós estamos levando conhecimento e ficamos bem felizes por conhecer e saber que ainda existem agricultores interessados ​​em fazer a diferença”, disse com entusiasmo, em referência ao cultivo agroecológico sem o uso de agroquímicos apresentado pelos técnicos da Fazenda Santa Tereza.

 

O pesquisador Fenelon do Nascimento Neto, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, ressaltou que, além de ser uma forma de se ocupar o espaço vazio proporcionado pelas condições climáticas que não favorecem o plantio de folhosas em determinadas localidades, a edamame (cultivar BRS 267) adapta-se muito bem à agricultura familiar e ao cultivo agroecológico e orgânico. “O produtor pode diferenciar o seu produto e ter uma vantagem competitiva em relação ao edamame que vem sendo comercializado até então”, enfatizou o pesquisador.


Segundo o pesquisador Mauro Sérgio Vianello Pinto, da Embrapa Agrobiologia, os produtores do Rio de Janeiro já estão aprendendo a cultivar essa soja. Alguns já até sedimentaram o conhecimento, estão produzindo e comercializando. “Conseguimos consolidar algumas parcerias, com perspectiva de fortalecimento de uma rede de produtores no Estado”, comentou o pesquisador. Para ele, o interesse dos consumidores e a facilidade de preparo do edamame são algumas vantagens competitivas importantes.

 

O Dia de Campo foi organizado pela Embrapa e pela Fazenda Santa Tereza, com o apoio da Pesagro-Rio, da Emater-Rio, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro, da Prefeitura de Paty do Alferes, da Coopa-Rio e do Instituto Maniva. O envolvimento de diferentes instituições foi ressaltado como algo importante pela ecochef  Teresa Corção , do Instituto Maniva. “O mais importante é que a gente viu uma corrente de profissionais, de saberes que se encaixam. Está mesmo na hora de darmos as mãos e fazermos projetos de forma sistêmica”, pontuou Teresa. 

 

O edamame no Brasil

Também conhecido como soja verde ou soja hortaliça, o edamame é um alimento tradicional no oriente que vem ganhando popularidade nos países ocidentais, incluindo o Brasil. A Embrapa atua no melhoramento genético convencional de cultivares de soja especiais para o consumo humano, e, para a produção de edamame, desenvolveu a BRS 267

As vagens são colhidas ainda verdes, com os grãos completamente desenvolvidos e ocupando cerca de 90% do espaço da vagem, mas ainda imaturos e com coloração verde brilhante (estádio de maturação R6). Essa cultivar possui sementes grandes, hilo claro, sabor levemente adocicado, permite um cozimento rápido e apresenta textura e aparência similares a outras leguminosas, como grão de bico, ervilha verde e alguns tipos de feijão.

A cultura do edamame apresenta-se como uma opção de plantio para o agricultor familiar ou agricultor orgânico, e é uma alternativa interessante para o consumidor disposto a consumir grãos de soja com sabor e textura diferenciadas. O edamame é um alimento com alto valor agregado e de fácil preparo. Seu teor de proteína é de, em média, entre 13 a 15 g/100 g (base úmida). Pode ser consumido em lanches ou preparações culinárias como sopas, saladas, entre outras. O edamame deve ser submetido ao processamento térmico antes do seu consumo e pode ser comercializado fresco, em maços, em vagens, em grãos ou alimentos processados.

Até 2026, o projeto “Edamame brasileiro: tecnologias para a sua produção e novas opções para o seu consumo”, liderado pela pesquisadora Ilana Felberg, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, deve impulsionar o consumo do edamame (soja hortaliça) no País.

https://www.embrapa.br/soja/edamame

Ana Lucia Ferreira (MTb 16913/RJ)
Embrapa Agroindústria de Alimentos

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