25/04/24 |

Lula assume o compromisso de ampliar recursos para a Embrapa

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Foto: Thiago Sousa

Thiago Sousa - Presidente Lula recebe das mãos de Silvia Massruhá uma muda de pequi sem espinhos

Presidente Lula recebe das mãos de Silvia Massruhá uma muda de pequi sem espinhos

Em cerimônia realizada no dia 25 de abril em comemoração ao 51º aniversário da Embrapa, na Sede da Empresa, em Brasília (DF), o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu o compromisso de aumentar os recursos financeiros para o que ele chamou a “mãe máxima da tecnologia brasileira”. “Não é bondade, é reconhecimento”, afirmou o Presidente, destacando que a Embrapa é a grande responsável pelos bons resultados da agropecuária nacional, que hoje representam cerca de 24% do PIB do País.

“A ciência e a tecnologia de ponta praticadas pela Embrapa ao longo dos últimos 50 anos fizeram com que o Brasil saltasse da posição de importador de alimentos, na década de 1970, para um dos maiores players do agro mundial. Por isso, precisamos dar a ela o tamanho que merece”, ressaltou Lula. Ele conclamou os dois ministros de pastas ligadas à agricultura – Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária – Mapa) e Paulo Teixeira – (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar – MDA) para, junto com a presidente da Instituição, Silvia Massruhá, darem andamento a ações para garantir mais independência à Empresa nos próximos 50 anos.

O Presidente enfatizou ainda a necessidade de a Embrapa retomar a agenda de cooperação com a África, como aconteceu em 2006, quando foi montado um escritório em Gana, para fortalecer a transferência de tecnologias e conhecimentos para o continente. Prometeu também intensificar a Empresa nas agendas internacionais.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apontou como um dos maiores desafios para a agricultura brasileira a transformação ecológica dos sistemas agroalimentares e florestais. Essa questão já é uma das prioridades na nova gestão de PD&I da Embrapa, sendo inclusive, um dos pontos a ser apresentados pela Instituição na 5ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia (CNCTI), que acontece em junho próximo. Haddad pontuou que toda a parte de taxonomia da transformação ecológica ficará sob a responsabilidade da Empresa. “A Embrapa é, hoje, uma unanimidade e motivo de orgulho para 100% da população brasileira”, complementou.

Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, comemorou a volta da Embrapa ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e garantiu que não haverá terceirização na Empresa. Segundo ele, os resultados alcançados pela Instituição são, em grande parte, fruto dos esforços de seu quadro altamente especializado de empregados. “Não se faz ciência com instrumentos, mas com pessoas”, pontuou, lembrando que o legado para os próximos 50 anos é investir na qualidade dos alimentos e no fortalecimento de uma agricultura cada vez mais produtiva, inclusiva e sustentável.

O ministro enfatizou ainda que os cerca de R$ 500 milhões de orçamento da Embrapa não é nada perto dos resultados que a Empresa traz para o Brasil. “Infelizmente, o orçamento público e a responsabilidade fiscal são dificuldades a serem superadas. Com o apoio do presidente Lula e também da iniciativa privada, nós vamos colocar mais recursos na Empresa para que ela acelere e tenhamos, nos próximos 50 anos, uma instituição ainda mais moderna e eficiente”, concluiu.

“Plantar ciência para colher a paz”, diz Silvia Massruhá

A celebração dos 51 anos marca o início de uma nova era na Embrapa. Se os últimos 50 anos foram determinantes para o desenvolvimento da agricultura brasileira, tornando-a altamente competitiva em nível mundial, o olhar para o futuro se volta para um cenário mais inclusivo e sustentável.

“Essa referência ao passado é importante para a inovação que se inicia hoje”, disse Silvia Massruhá, durante a cerimônia. Segundo ela, os principais desafios dessa nova fase são pautados por demandas relacionadas à alimentação saudável, enfrentamento às mudanças climáticas, bem-estar e qualidade de vida e redução das desigualdades no campo.  

Da esquerda para a direita: Silvia Massruhá, Diná Suruí (cafeicultora indígena da etnia Suruí), Paulo Teixeira, Esther Dweck (Ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos), Presidente Lula, Janja Lula da Silva , Carlos Fávaro, Fernando Haddad, Luciana Santos, Márcio Macedo (Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República) e Marcus Vinícius Vidal (presidente do Sinpaf)

 

A presidente pontuou que a revolução dos próximos 50 anos está calcada em três pilares: sustentabilidade, inclusão e vanguarda científica e tecnológica. ”Esse processo é realizado em conjunto entre a Embrapa e instituições parceiras e os cinco milhões de produtores brasileiros”.

Em relação à sustentabilidade, Massruhá destacou as agendas de transição energética e descarbonização. “A Embrapa tem um conjunto de soluções de base científica para oferecer ao setor produtivo”, acrescentou.

Uma importante iniciativa nesse contexto foi lançada durante a solenidade: o Integra Carbono Embrapa, que agrega dados e resultados de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), gerados pela Empresa e instituições parceiras, capazes de contribuir para a redução das emissões e remoções de gases de efeito estufa (GEE) nos sistemas agroalimentares e florestais, diante das mudanças climáticas.

Leia mais em: Integra Carbono Embrapa unifica esforços para reduzir emissões de GEE no Brasil

Quanto ao segundo pilar, a inclusão, a presidente ressaltou a Plataforma Ater+Digital, que disponibiliza conteúdos on-line para técnicos extensionistas em tempo real. As Informações e ferramentas digitais estão disponibilizadas em hubs temáticos para ampliar o alcance de serviços de extensão rural. A iniciativa pretende apoiar as redes de assistência técnica em todo o Brasil no atendimento aos produtores. Para isso, conta com um amplo acervo de vídeos, áudios, aplicativos, cartilhas, infográficos, cursos e outros conteúdos destinados a orientar o trabalho de agentes de extensão rural.

No que se refere à vanguarda científica e tecnológica, Massruhá destacou que a Embrapa investe constantemente em novas práticas de PD&I para antecipar e mudar o futuro. Entre essas, ela citou o recém-firmado acordo com a Agência Espacial Brasileira (AEB) para desenvolvimento do Projeto Artemis, que prevê o cultivo de grão-de-bico e batata-doce em condições de microgravidade no espaço.

Lucro social supera R$ 85 bilhões

A presidente citou ainda o Balanço Social 2023, que aponta um lucro social de R$ 85,12 bilhões. Desse total, R$ 80,55 bilhões referem-se aos benefícios econômicos de uma amostra de 182 tecnologias avaliadas pela instituição. Consideram-se ainda R$ 3,4 bilhões relativos à estimativa dos impactos gerados por cultivares Embrapa e parceiros, e cerca de R$ 1,1 bilhão calculado a partir dos indicadores sociais e laborais da Empresa. Os estudos de avaliação multidimensional de impactos, presentes no documento, revelaram também a geração de mais de 66 mil empregos.

Leia mais sobre o Balanço Social aqui

Acordos de cooperação

A presidente Silvia Massruhá assinou sete acordos de cooperação. O primeiro, com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi formalizado pelo presidente do Instituto, Marcio Pochmann. Trata-se de um protocolo de intenções com dois objetivos: buscar alternativas de integração de dados e informações sobre a agropecuária brasileira; e gerar e disponibilizar informações estratégicas para a sociedade a partir da inteligência e da ciência de dados. O acordo terá duração de 60 meses.

Já o protocolo de intenções assinado com o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste), representado pelo subsecretário de programa da entidade, Giles Carriconde Azevedo, oficializa a parceria técnica e científica entre as duas instituições, por meio da articulação dos nove centros de pesquisa que a Embrapa mantém na Região.

Com o ministro Paulo Teixeira, do MDA, Silvia Massruhá assinou protocolo de intenções que busca unir esforços necessários à construção da plataforma de cooperação e inovação para a agricultura familiar, oriundos de soluções tecnológicas da Embrapa adaptadas a realidades dos agricultores familiares nos diferentes biomas brasileiros.

A parceria com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e com a Corporação Financeira Internacional (IFC) - juntos formam o Grupo Banco Mundial (GBM) - foi oficializada por meio de um memorando de entendimento vigente por cinco anos. Tem como principal objetivo o desenvolvimento de projetos para um setor agroalimentar mais verde, resiliente e inclusivo no Brasil e em outros países em desenvolvimento, especialmente africanos. Assinaram o instrumento de cooperação, além de Silvia Massruhá, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, a economista sênior do Banco Mundial Marriê Paviô e o diretor principal de investimento do IFC, Luiz Daniel de Campos.

O ministro Fernando Haddad formalizou a parceria entre o Ministério da Fazenda e a Embrapa. O foco é a participação da instituição de pesquisa no desenvolvimento da Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB) para o agro, trabalho inédito que vai subsidiar o Plano de Transformação Ecológica, estruturado em seis eixos. Entre eles, o de Finanças Sustentáveis (conjunto de transformações financeiras que contribuem para investimentos em atividades econômicas sustentáveis e inclusivas, reduzindo riscos ambientais e climáticos).

Com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), o acordo de cooperação técnica deverá viabilizar, durante três anos, as ações do projeto Desenvolvimento colaborativo da agricultura de precisão e digital para o fortalecimento dos ecossistemas de inovação e a sustentabilidade do agro brasileiro. O projeto, que conta com a participação do Ministério da Agricultura e Pecuária, terá um custo estimado de US$ 10,6 milhões, dos quais US$ 5 milhões terão contribuição financeira de fontes externas.  Assinaram o acordo o ministro Carlos Fávaro o representante chefe da Jica no Brasil, Akihiro Miyazaki, e o diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), embaixador Ruy Pereira, além da presidente da Embrapa.

Com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o acordo de cooperação técnica visa à melhoria contínua do Inventário Nacional de Gases de Efeito Estufa para o setor agropecuário, com foco na caracterização das emissões e remoções de carbono nos sistemas produtivos. O acordo terá vigência de cinco anos. A ministra Luciana Santos, que qualificou a Embrapa como exemplo da inteligência brasileira, e a presidente Silvia Massruhá formalizaram o acordo.

Para mais informações sobre os acordos assinados, leia aqui.

Homenagens

A Insígnia Johanna Dobereiner de Liderança Científica foi entregue à pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo Christiane Paiva. Sua atuação na área de microbiologia do solo a levou a pesquisas que culminaram no lançamento dos produtos comerciais BiomaPhos (em parceria com o Grupo Simbiose Agro/Bioma), Omsugo ECO e Omsugo P (parceria com a Corteva Agriscience) e SolubPhos (nos Estados Unidos, pelo grupo Simbiose Agro). São bioinsumos solubilizadores de fósforo, elemento vital para o desenvolvimento das plantas. Os resultados de sua aplicação aumentam a produtividade e a resiliência das culturas e reduzem a aplicação de produtos químicos fosfatados.

Christiane Paiva é a primeira pessoa a receber a Insígnia, instituída para reconhecer profissional da ciência e inovação responsável por um trabalho promissor, capaz de impactos positivos para a agricultura do presente e futuro.  

O pesquisador da Embrapa Acre Judson Valentim recebeu a Homenagem Institucional. Sua atuação concentra-se nas áreas de agronomia e zootecnia, com ênfase em pastagem e forragicultura. O foco é voltado a tecnologias para o estabelecimento e manejo de pastagens de gramíneas consorciadas com leguminosas e sistemas sustentáveis de produção de bovinos a pasto, nas áreas desmatadas da Amazônia Legal

Essa homenagem, dirigida a pessoas ou a instituições, foi criada para reconhecer o trabalho ou a iniciativa empreendedora realizada em benefício ao setor agropecuário.

Ministra Luciana Santos anuncia recursos para soberania hídrica no Semiárido

 

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, anunciou que o MCTI, no âmbito do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), aprovou 21 milhões de reais para projetos com a Embrapa em 2024 e 2025. Esses recursos, com referência ao Programa de Ciência, Tecnologia e Inovação para Segurança Alimentar e Erradicação da Fome, contemplam ações voltadas ao desenvolvimento de pesquisa e soluções tecnológicas para a segurança hídrica do Semiárido do Brasil.

A iniciativa tem foco em cinco desafios:

- combate do déficit hídrico enfrentado por agricultores familiares por meio de armazenamento da água da chuva e tecnologias sociais diversas;

- desenvolvimento de novas tecnologias e aprimoramento daquelas já existentes na busca da soberania hídrica;

- disponibilização para agricultores familiares de tecnologias de manejo, irrigação e dessalinização da água;

- preservação e conservação de recursos hídricos; revitalização de bacias hidrográficas; captação, produção, armazenamento e distribuição de água e reúso de água para a região;

- segurança hídrica para garantir o acesso à agua para consumo humano e o setor produtivo agropecuário.

“Trata-se, portanto, de uma parceria para que possamos, cada vez mais, usar ciência e tecnologia como ferramenta de combate à fome, de inclusão e de melhoria da qualidade de vida de todos os brasileiros”.

Segundo a ministra, 12,6% dos investimentos do FNDCT são destinados a inovações na agricultura.

 

 

Fernanda Diniz (MTb 4685 DF)
Superintendência de Comunicação (Sucom)

Marita Cardillo (MTB 2264 DF)
Superintendência de Comunicação (Sucom)

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Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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