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Embrapa Mandioca e Fruticultura lidera programação técnica da Feibanana

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Foto: Alessandra Vale

Alessandra Vale -

A Embrapa Mandioca e Fruticultura comandou boa parte da programação técnica da 12ª Feira da Bananicultura e Agronegócio (Feibanana), um dos principais eventos relacionadas à cultura da América Latina e a maior feira da banana do País, que este ano aconteceu de 14 a 17 de maio e atraiu cerca de 10 mil pessoas — entre produtores, técnicos, pesquisadores, estudantes e empresários — para o Centro de Eventos de Pariquera-Açu, na região do Vale do Ribeira, maior polo produtor de banana do estado de São Paulo. Promovido pela Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (Abavar), além de ser um espaço de negócios, o evento teve por objetivo fomentar a discussão e troca de experiências sobre boas práticas agrícolas, práticas de cultivo mais sustentáveis e manejo da cultura.

Os pesquisadores Edson Perito Amorim e Fernando Haddad estiverem à frente da estação do dia de campo dedicado a apresentar novas soluções tecnológicas para o cultivo da banana, realizado na quarta (15), na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) – Polo Vale do Ribeira, onde expuseram, junto com o pesquisador Edson Nomura, da Apta, resultados conjuntos de pesquisa, principalmente relacionados a variedades somaclonais [variações fenotípicas de origem genética ou epigenética, que são variações transitórias devido ao estresse fisiológico] desenvolvidas pela Embrapa e que estão em teste na Apta no que se refere à resistência a doenças, com destaque para a murcha de Fusarium. Em seguida, de volta ao Centro de Eventos, eles apresentaram o painel sobre o trabalho da Embrapa, focado em novas oportunidades para a diversificação de cultivares de bananeira (Amorim) e o manejo integrado da murcha de Fusarium (Haddad). 

No estande, a Unidade expôs tecnologias desenvolvidas junto com outras instituições e parceiros estratégicos relacionadas à cultura, como a variedade de banana BRS Princesa, e divulgou o processo de produção on farm de bionsumos.

“A importância da presença da Embrapa nesta feira se dá por diversos aspectos. Primeiramente, é uma excelente oportunidade de estarmos perto do setor produtivo, trocando informações e, principalmente, prospectando novas demandas que precisam ser atendidas pelas nossas pesquisas. Também aproveitamos para apresentar as tecnologias que estamos desenvolvendo. No dia de campo, mostramos as variedades do tipo Cavendish [Nanica] que estão sendo testadas aqui com a Apta para resistência à murcha de Fusarium [no Brasil, temos identificada a raça 1] e outras doenças de importância da bananicultura nacional, como a sigatoka-negra”, afirmou o chefe-adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento, Eduardo Chumbinho de Andrade, em seu balanço sobre o evento. 

Foco no trabalho preventivo ao R4T
Andrade pontuou também o trabalho de melhoramento preventivo ressaltado pelos pesquisadores em suas apresentações. “A Embrapa mostrou sua preocupação com a questão da raça 4 tropical de Fusarium [R4T], praga ainda não identificada no Brasil, mas presente em nossa fronteira, em bananais da Colômbia, Peru e Venezuela. Nas palestras, apresentamos informações sobre o trabalho realizado em parceira com instituições da Colômbia, onde o R4T está presente, que está nos permitindo avaliar a resistência ao fungo, tanto de variedades lançadas pela Embrapa quanto de genótipos do nosso programa de melhoramento genético. Os resultados iniciais se mostraram promissores, e temos a expectativa de que, em breve, possamos anunciar que a Embrapa possui materiais resistentes a essa praga que ameaça a bananicultura brasileira e mundial”, complementou Andrade.

Sobre essa questão da R4T, o representante do Ministério da Agricultura e Pecuária no evento, o engenheiro-agrônomo e fitopatologista Wilson Moraes, falou sobre as expectativas do trabalho preventivo conjunto para fazer frente à praga. “A Embrapa tem trabalhado no melhoramento genético para o desenvolvimento de variedades resistentes, não só em relação à raça 1, que já temos material resistente, mas também à raça subtropical 4 e também se antecipando ao verificar a resistência para a raça 4 tropical, que é muito mais severa. Estamos otimistas com os trabalhos que a Embrapa vem desenvolvendo apresentados aqui na Feibanana, resultados bastante promissores relacionados às variedades BRS Princesa, BRS Platina e ao novo clone de Prata. Agora nossa expectativa é trabalhar também uma banana Nanica resistente ao R4T. Então sabemos que, enquanto a gente previne a entrada da praga, a Embrapa está trabalhando para poder ofertar ao mercado uma variedade resistente ao R4T”, afirmou.

Parceria com a Abavar no Vale do Ribeira
Os pesquisadores visitaram na quinta (16) a Fazenda Santa Maria, do grupo Tropsabor, em Jacupiranga, do produtor parceiro Orivaldo Dan. Eles percorreram, junto com Dan e o responsável pela produção de banana da fazenda e presidente da Abavar, Augusto Aranha, plantações da BRS Princesa e BRS Platina, desenvolvidas pela Embrapa, e áreas onde serão instalados experimentos com novas cultivares. A fazenda conta com mais de 200 hectares de banana, sendo 30 de BRS Princesa, 30 de BRS Platina e o restante de banana Nanica.

“É muito importante e sadia essa relação entre a Abavar e a Embrapa, que já vem de muito tempo. A banana Maçã BRS Princesa, por exemplo, é uma variedade que se encaixou bem aqui no Vale pela resistência à Sigatoka-negra, que temos bastante incidência aqui, e pela tolerância à fusariose. Há dez anos trabalhamos com ela. Começamos numa área experimental, com poucos exemplares, depois aumentamos para uma área comercial para teste de mercado e depois destinamos mais área para dar sequência no trabalho e suprir a quantidade que a gente precisava para colocar em linha comercial. Também é resistente ao frio. Já tivemos situação de zero grau aqui e ela não escurece, não muda muito a característica, como a Nanica, por exemplo. É uma variedade que a gente gosta bastante”, disse Aranha.

O presidente da Abavar também destacou a importância do trabalho preventivo em relação ao R4T. “O Vale do Ribeira é uma região cortada pela BR-116, que vem do Sul. Então, se qualquer coisa entrar lá nas fronteiras, o risco de contaminação é bem grande. Temos essa vulnerabilidade e também temos muitos cursos d'água. Ou seja, há muitos caminhos disponíveis para o fungo se desenvolver. É uma preocupação grande. E esse trabalho da Embrapa nos dá uma esperança e um certo alívio. Temos ouvido boas coisas em relação aos resultados, apesar de não estarem ainda confirmados. Isso se confirmando, tendo variedades resistentes à raça 4 tropical, é de suma importância para segurança da bananicultura daqui do Vale.”

Alessandra Vale (Mtb-RJ 21.215)
Embrapa Mandioca e Fruticultura

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