Após a experiência de alguns anos como professor de Biologia, o colega Alan Rodrigues quis mudar de rumo profissional e buscou habilitar-se em um ofício pelo qual sempre sentia atração: o Jornalismo. Chegou a ter experiências no rádio e na redação, dadas pelo programa Novos Talentos do Jornal O Povo, mas concentrou sua principal atuação na área de Assessoria de Imprensa. Pensando no futuro, Alan planejava ingressar na carreira pública. “Eu achava que aquilo era o ideal para minha vida: não precisar ficar pulando de emprego em emprego nem ter a preocupação se eu teria como pagar as contas”, lembra. Inspirava-se no exemplo de seu pai. “Meu pai sempre estudou para concurso. Ele havia sido servidor do Ministério da Agricultura, do antigo Banco de Desenvolvimento do Ceará (Bandece) e do antigo Banco do Estado do Ceará (BEC). Conforme a família ia crescendo, ele disputava cargos com melhores salários. Ele sempre nos ensinou a nos preocuparmos com a estabilidade financeira. Então, eu tinha em quem me inspirar e ter uma base de apoio”, afirmou. Passou a dedicar-se aos estudos para concurso, aguardando editais com vagas para comunicação de algum banco público. A oportunidade surgiu com o concurso para o Banco do Nordeste, em 2009. No meio de sua preparação, ficou sabendo do concurso da Embrapa e resolveu prestar como treineiro. Como não havia vaga para jornalista na região Nordeste, optou por concorrer para a região Sudeste por considerar que os centros da Embrapa nessa região localizavam-se em cidades onde ele teria melhores condições de vida. “Vai que eu passo”, brincou. E passou. Apesar de não ter tido êxito na prova para o Banco do Nordeste, Alan ficou classificado no cargo de Mídia Impressa para o Sudeste e acompanhou o andamento da lista por uma comunidade do concurso no Orkut, antiga rede social. Mas o convite demorou um pouco para chegar. Em 2014, enquanto trabalhava para a Federação dos Trabalhadores Municipais do Ceará, recebeu a ligação da antiga Embrapa Monitoramento por Satélite. O convite mexeu com ele. “Era uma oportunidade pela qual eu estava batalhando. Ainda que fosse em uma cidade muito distante dos meus [familiares] - e eu era muito ligado a minha família -, mas o salário era bem atrativo, e eu teria uma vida nova. Tudo isso pesou. O novo me estimulou”, explicou. Campinas era uma cidade que ele conhecia pouco, ou quase nada. “De cara eu achei a comida e os valores dos imóveis bem caros. Na época eu não sabia se o custo de vida era alto mesmo ou se eu era quem estava indo a locais caros”, lembrou. Outro ponto que o impressionou em seus primeiros dias foi a quantidade de áreas verdes. “Fortaleza é uma cidade de cimento. A temperatura refresca com a brisa do mar, mas a brisa morre nos prédios da orla. Aqui a gente vê mais bosques e parques com lagos espalhados pela cidade. O vento corre mais”, disse. Começou a trabalhar na Embrapa Monitoramento por Satélite em maio, mês em que a Unidade celebraria o seu 25º aniversário. Ele se recorda que a Unidade, e principalmente o NCO, se preparava para esse grande evento em ritmo frenético. Apesar da correria, ele recorda ter sido bem recebido. Para ele, o ponto mais desafiador desse começo foi entender o universo da Embrapa. “São muitas siglas que eu não fazia ideia do que eram… muitas normas e diretrizes… Demorou para compreender esse universo”, disse. Fora do trabalho, os obstáculos eram outros. “Passei a morar só pela primeira vez. Então, tive de aprender a cozinhar, a conhecer o meu gosto para coisas que antes nem ligava, como o tipo sofá ou geladeira que me agradava”, falou. Lá se vão nove anos. Parte da última leva de jornalistas contratados pela Embrapa, Alan já teve oportunidade de supervisionar o Núcleo de Comunicação Organizacional e atualmente desenvolve as atividades de Assessoria de Imprensa na Embrapa Territorial. “A Embrapa me tirou da zona de conforto. Eu morava com a minha família no Ceará e a Embrapa me chamou. Nunca imaginaria morar em São Paulo e hoje já não vejo minha vida em outro lugar. A Empresa me deu uma nova vida, uma nova cidade”, finalizou.