01/10/03

Grupo de trabalho da Assembléia Legislativa de SP recebe apoio da Embrapa

Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, estiveram na Assembléia Legislativa de São Paulo, em 9 de outubro de 2003, para proferirem palestras sobre o uso agrícola do lodo de esgoto e descarte de embalagens de agrotóxicos, para o Grupo de Trabalho sobre Política Estadual de Resíduos Sólidos e para pessoas interessadas, no Painel Resíduos de Agrotóxicos e de Saneamento.

O convite foi feito pelo deputado estadual Orlando Morando, vice-presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente e membro desse grupo de trabalho, que visa a elaboração de lei para resíduos sólidos para o Estado de São Paulo. O Grupo é composto por 8 parlamentares de diferentes partidos e busca todas as informações e pesquisas sobre o assunto, para que a lei elaborada seja complexa e atual, diz Morando.

A Lei versará sobre gestão de resíduos, implementação de reuso de pneus, lâmpadas e baterias e também sobre descarte de resíduos da área de saúde, tema que será discutido na próxima audiência pública. O Grupo de Trabalho de Estudos sobre a Política Estadual de Destinação de Resíduos Sólidos buscou pessoas qualificadas para ajudar a tratar dessa questão.

Na primeira parte do painel, Disposição de Lodo de Esgoto, Wagner Bettiol falou sobre o seu uso na agricultura e na segunda parte, José Maria Gusman Ferraz explicou sobre descarte de embalagens de agrotóxicos, contribuindo, então, para esclarecimentos e para a elaboração dessa Lei.

Bettiol, que trabalha com lodo de esgoto desde 1978, enfatizou a importância do cuidado que se deve ter ao usar o lodo como adubo na agricultura. Disse que a necessidade de uma lei que regulamenta desde a retirada do lodo até a sua disposição no solo é imprescindível para que as gerações futuras não sejam comprometidas. Questões relacionadas com o meio ambiente são como bumerangue, disse, as conseqüências sempre retornam. Não adianta descontaminar a água e contaminar o solo, explica Bettiol.

E não resolve publicar a lei sem fazê-la ser cumprida. Ela deve conter resoluções claras sobre helmintos, metais pesados, nitrato e parâmetros adequados sobre a declividade do solo e o lençol freático, coliformes fecais e salmonela. E além disso, a lei deve abranger também o tratamento de esgoto, finaliza Bettiol.

José Maria falou sobre disposição de embalagens de agrotóxicos, que é uma fonte de poluição ampla, porém difusa. A devolução dessas embalagens passou a ser obrigatória em julho de 2002, com a Lei Federal 9.974. O objetivo da lei é diminuir o risco de contaminação ao meio ambiente e nas pessoas que têm contato com o produto. Determina procedimentos que vão desde o fabricante até quem vende e usa agrotóxicos, com prazo de um ano para devolução da embalagem tríplice lavada. Quando isso é feito, diminui o risco de contaminação. A tríplice lavagem deve ser feita na hora da aplicação, devendo a água usada ser aproveitada no pulverizador.

Isso gera uma economia de 2% de produto, diz Ferraz. É necessário guardar a nota fiscal e separar as embalagens contaminadas das não contaminadas, que podem ser laváveis ou não. Até a caixa de papelão onde essas embalagens são acondicionadas deve ser guardada e devolvida depois. O Distrito Federal recolhe apenas 20% das embalagens, enquanto Mato Grosso, que é o terceiro Estado que mais usa esses produtos, é o primeiro em recolhimento das embalagens.

No Brasil, alguns estados atingem índices melhores do que países do primeiro mundo, conforme dados do Instituto Nacional de Processamento e Embalagens Vazias (Inpev). José Maria conclui que esse processo pode melhorar muito com a educação ambiental da população.

A Legislação atual é inteligente, diz, uma vez que compartilha responsabilidades e usa a lógica reversa. É necessário, ainda, evitar a concentração de estoques, minimizando riscos e evitando transportes desnecessários, finaliza. De acordo com o deputado estadual Morando, essas informações serão utilizadas no relatório final do Grupo de Trabalho, que se transformará em Lei.

Cristina Tordin Embrapa Meio Ambiente Contatos: (19) 3867.8700 - cris@cnpma.embrapa.br  

Tema: Atividades Temáticas\Meio Ambiente 

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