04/07/07

Brasil e Reino Unido vão estreitar cooperação para controle biológico de pragas

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e a Universidade de Rothamsted, Reino Unido, vão estreitar a cooperação técnica para o desenvolvimento de pesquisas de controle biológico de pragas nocivas à agricultura. A parceria entre as duas instituições vem sendo realizada com foco hoje voltado aos estudos de semioquímicos (feromônios) para controle e monitoramento de insetos que atuam como pragas para a agricultura.

Os feromônios são os mais importantes elementos da comunicação entre os insetos. São substâncias químicas de cheiro peculiar, presentes em cada espécie, que atuam como meios de comunicação. Na natureza, são responsáveis pela atração de indivíduos da mesma espécie para acasalamento, demarcação de território e outros tipos de comportamento. Os cientistas reproduzem, em laboratório, as condições observadas na natureza para monitorar o comportamento dos insetos-praga e interromper a sua reprodução.

Segundo o diretor científico da Universidade de Rothamsted para Manejo Sustentável de Pragas e Doenças e chefe do Departamento de Química Biológica, professor John Pickett, o interesse agora é ampliar a parceria para outras áreas de pesquisa agrícola, envolvendo outras instituições de pesquisa e unidades da Embrapa.

Pickett (foto) explica que um dos objetivos principais dessa parceria é colaborar para o desenvolvimento da agricultura na África. A Universidade de Rothamsted mantém uma unidade de pesquisa no leste africano e a Embrapa possui um laboratório em Gana, no oeste do continente. "O objetivo é unir os conhecimentos adquiridos nos dois locais com culturas diferentes, pois sempre há similaridades entre elas, de forma a ajudar no desenvolvimento sustentável daquele continente", enfatiza o professor.

Ele acredita que a parceria entre o Brasil e o Reino Unido vai levar a novos e interessantes caminhos referentes ao conhecimento do sistema fisiológico das plantas, em níveis químico e molecular. "Hoje, estudamos as plantas em condições de estresse, mas pretendemos ampliar essas pesquisas para situações pré-estresse, com o objetivo de observar as características que elas próprias desenvolvem na criação dos sistemas de defesa", afirma o Diretor Científico de Rothamsted.

Palestra em Brasília e visita à Embrapa- Pickett, que também é professor da Universidade de Nottinghan, Inglaterra, esteve no Brasil por ocasião do X Simpósio de Controle Biológico - X Siconbiol, quando apresentou uma palestra sobre a importância das pesquisas com feromônios para a redução de pragas que comprometem a saúde humana, animal e de plantas. Ele vem trabalhando com novos métodos de controle de pragas, especialmente relacionados à caracterização de feromônios de insetos, e foi o primeiro cientista no mundo a identificar os feromônios sexuais e outros semioquímicos de pulgões, mosquitos e borrachudos.

O X Simpósio de Controle Biológico - X Siconbiol foi promovido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 41 unidades da Embrapa, e pela Sociedade Entomológica do Brasil, no período de 30 de junho a 04 de julho, em Brasília, DF, com o objetivo de apresentar e discutir as inovações científicas e tecnológicas na área de controle biológico de pragas de interesse para as áreas de agropecuária e saúde pública.

Ontem (3), pela manhã, Pickett visitou a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e, à tarde, reuniu-se com Bonifácio Magalhães e José da Silva Madeira, representantes da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa, para discutir a elaboração do projeto de cooperação técnica entre Brasil e Reino Unido na área agrícola.

Fernanda Diniz - JornalistaEmbrapa Recursos Genéticos e BiotecnologiaFones: (61) 3448-4769 e 3340-3672E-mail: fernanda@cenargen.embrapa.br

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