21/07/17 |   Pesca e aquicultura  Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Associação de Agroextrativistas de Mazagão Velho recebe matapi sintético

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

A Associação das Mulheres Produtoras Agroextrativistas da Foz do Rio Mazagão Velho (Ampaoz), localizada no distrito Mazagão Velho (AP) recebeu da Embrapa Amapá, em parceria com o projeto Pesca Sustentável na Costa Amazônica, 120 matapis sintéticos para a captura do camarão naquela região. O matapi sintético é feito de material plástico, resultado de estudos coordenados pelo pesquisador Jô de Farias Lima, e confeccionado pelas pescadoras que participaram de capacitação realizada na Embrapa em 2016. O matapi é uma armadilha em formato cilíndrico, produzido geralmente com tala da palmeira jupati, sendo utilizada para capturar camarão nos rios da Amazônia. O problema é que o matapi utilizado pela maioria dos ribeirinhos da região possui frestas (distância entre talas) de três milímetros em média, e com isso acaba capturando também o camarão imaturo ou em fase inicial de maturação. “Fato este que pode comprometer, juntamente com a sobre-exploração, a renovação dos estoques naturais na região”, cita a publicação técnica da Embrapa. Os matapis foram entregues a representantes das comunidades Espinhel e Igarapé Grande

O matapi sintético, em comparação com o tradicional, recicla materiais plásticos evitando a extração de recursos naturais para sua confecção, tem maior tempo de durabilidade e o espaçamento entre as tramas evita a pesca predatória de camarões jovens. Estes apetrechos inovadores para pesca de camarão servirão para novos testes comparativos do projeto "Pesca Sustentável na Costa Amazônica", financiado pela Unesco com abrangência em comunidades do litoral do Amapá, Pará e Maranhão. No Amapá, as comunidades beneficiadas estão localizadas nos municípios de Macapá (arquipélago do Bailique), Santana e Mazagão.

A pesquisa que avalia a eficiência de captura e a seletividade de matapis adaptados com três diferentes distâncias entre talas em relação a diferentes classes de tamanho, ocorreu em igarapés de duas áreas na foz do Rio Amazonas: Ilha de Santana e Mazagão Velho. Um modelo é o matapi com distância entre talas medindo 0,5 cm representando a distância utilizada por ribeirinhos da Ilha das Cinzas em Gurupá (Pará); o segundo modelo é o matapi com distância entre talas medindo 1,0 cm e há também o matapi com distância entre talas medindo 1,5 cm. De acordo com a publicação técnica da Embrapa amapá, a conclusão é que os matapis que apresentam frestas abaixo dos modelos testados neste estudo, atualmente utilizados pelos ribeirinhos e pescadores artesanais, podem ser considerados predatórios, à medida que permitem a captura de indivíduos de pequeno porte, como atestado no modelo com distância entre talas de 0,5 cm.

A reunião técnica realizada na sede da Associação das Mulheres Produtoras Agroextrativistas da foz do Rio Mazagão Velho (Ampafoz), no município de Mazagão, reuniu técnicos de vários órgãos e instituições vinculadas aos setores produtivo e econômico do Amapá, como Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Amapá (Diagro), Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (Iepa). Da Embrapa Amapá, participaram os pesquisadores Valeria Saldanha Bezerra, Jô de Farias Lima, e os analistas Daniel Montagner e Francisco Almeida, do setor de transferência de tecnologias. A publicação técnica pode ser acessada neste link: http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/102435/1/CPAF-AP-2014-Viabilidade-matapis.pdf

Dulcivânia Freitas (DRT-PB 1.063/96)
Embrapa Amapá

Contatos para a imprensa

Telefone: 96-3201-3287

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Galeria de imagens

Conteúdo relacionado

Tecnologias Ver mais

Produto: Máquina, implemento, equipamento