12/05/22 |   Segurança alimentar, nutrição e saúde

Concurso de Merendeiras incentiva alimentação saudável e agricultura familiar

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Foto: Divulgação Sebrae

Divulgação Sebrae - São 21 municípios alagoanos convidados para participar do concurso este ano

São 21 municípios alagoanos convidados para participar do concurso este ano

Para contribuir com as políticas públicas e a educação alimentar, além de incentivar a inserção de alimentos produzidos localmente na merenda escolar, o Sebrae Alagoas, o Senac e a Embrapa promovem a edição 2022 do Concurso de Merendeiras de Alagoas. O lançamento da iniciativa ocorreu em Maceió, em 11 de maio, com a presença de nutricionistas, merendeiras e secretários de Educação dos municípios alagoanos atendidos pelo programa Cidades Empreendedoras.

Durante a cerimônia de lançamento, o gerente adjunto da Unidade de Competitividade e Desenvolvimento do Sebrae Alagoas, Márcio Barcellos, destacou a necessidade de se valorizar os alimentos saudáveis e reconhecer a importância do trabalho de merendeiras e nutricionistas. “Vocês são a peça fundamental para esse evento”, enfatizou.

Ele apresentou as atualizações sobre o edital do concurso de 2022 e as principais orientações aos municípios, além do cronograma de realização, etapas e critérios para premiação. Barcellos ressaltou ainda que o concurso é uma ação importante para inserir os produtos locais na merenda escolar e envolver os agricultores familiares, por meio das associações ou cooperativas, valorizando os atores sociais dos territórios.

Najla Veloso, coordenadora regional de Programas de Alimentação Escolar na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), falou da relevância da iniciativa para a valorização da cultura alimentar local, da biodiversidade e dos profissionais, além de fortalecer a identidade territorial. Também afirmou que o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que garante o acesso aos alimentos locais e preserva a cultura regional, é um programa brasileiro reconhecido em todos os continentes.

A experiência brasileira tem sido expandida para outros países da América Latina e do Caribe por meio de acordos de cooperação técnica e tem forte vínculo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial o combate à fome e a redução da pobreza. Entretanto, o pleno acesso dos estudantes à alimentação escolar na região ainda é um desafio, de acordo com a coordenadora.

“O Pnae é uma ferramenta de segurança alimentar e de educação”, disse Najla. A política ainda permite, com as compras públicas, que os agricultores possam planejar sua produção a partir das demandas, reduzindo o desperdício. “Cerca de 917 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados ao ano, enquanto 830 milhões de pessoas estão passando fome”, alertou. Najla informou que está sendo construída a Rede de Alimentação Escolar Sustentável - Raes, com atuação na América Latina e Caribe, para apoiar os países no alcance dos ODS.

Identidade alimentar foi o tema da palestra do chefe-geral da Embrapa Alimentos e Territórios, João Flávio Veloso. Ele fez um breve resgate da história da alimentação no Brasil, destacando a importância dos povos formadores do País na cultura alimentar e a forte contribuição das mulheres. Também abordou como as paisagens alimentares brasileiras foram se modificando ao longo do tempo com a introdução de novas espécies vegetais por indígenas, africanos e portugueses.

Segundo o chefe-geral, o Pnae e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) devem ser permanentes como políticas públicas do Estado brasileiro. Além disso, é preciso um olhar atento para as cidades e para os desertos alimentares, espaços onde não há como acessar alimentos de qualidade. “Somos um dos maiores produtores de alimentos do mundo e temos essa situação desconfortável e inaceitável de ter pessoas passando fome”, ressaltou.

A nutricionista Anna Carla Luna, delegada do Conselho Regional de Nutrição CRN-6 em Alagoas e consultora credenciada do Sebrae, falou sobre gestão de alimentos e aspectos da legislação do Pnae, enfatizando que é fundamental envolver nutricionistas, merendeiras, prefeituras, agricultores familiares e a comunidade, para o sucesso da política alimentar. Ela instigou as merendeiras a pensarem em como usar produtos da agricultura familiar para atender os desafios da legislação, como a proibição de alimentos ultraprocessados e a reduzida adição de açúcar, por exemplo, na merenda das crianças.

“Estamos lidando com comportamento alimentar. Quem conhece os saberes e os sabores das comunidades são os agricultores, as merendeiras locais e as nutricionistas”, lembrou. Para ela, é importante mostrar, além do valor nutricional, a riqueza cultural, a história e o vínculo familiar. Por isso, o concurso traz exatamente esse desafio, que é inovar o cardápio e apresentar pratos saudáveis, nutritivos e saborosos preparados com alimentos da biodiversidade local, ajudando também a promover o desenvolvimento regional. “É a educação que transforma a alimentação”, destacou Anna Luna.

Saiba mais sobre o concurso

São 21 municípios que podem participar do concurso este ano, organizado para eleger, divulgar e premiar receitas elaboradas por merendeiras que atuam em escolas públicas de educação básica. O prazo de inscrição dos pratos vai de 7 de julho até 8 de agosto. Serão quatro etapas: a eliminatória, na qual serão classificadas três receitas por município, e as fases municipal, regional e estadual, quando as três receitas selecionadas na etapa eliminatória deverão ser preparadas na presença de uma banca de avaliação.

Os critérios para avaliação dos pratos levarão em conta aspectos como a presença de alimentos regionais e da agricultura familiar local, a presença de alimentos in natura ou minimamente processados, além da ausência de alimentos ultraprocessados e a possibilidade de replicação da receita no contexto escolar. Todos os merendeiros classificados serão premiados.

Conheça os municípios alagoanos convidados: Arapiraca, Atalaia, Barra de Santo Antônio, Campo Alegre, Delmiro Gouveia, Girau do Ponciano, Limoeiro de Anadia, Maceió, Maragogi, Marechal Deodoro, Olho D'Água das Flores, Palmeira dos Índios, Pão de Açúcar, Penedo, Pilar, Piranhas, Porto Calvo, Quebrangulo, Santana do Ipanema, São Miguel dos Campos e Teotônio Vilela.

Confira o vídeo sobre a terceira edição do concurso, realizada em 2021.

 

Nadir Rodrigues (MTb/SP 26.948)
Embrapa Alimentos e Territórios

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Mais informações sobre o tema
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