A agricultura em áreas de terra firme na Amazônia, e em particular no estado do Amazonas, emprega o sistema tradicionalmente conhecido como corte-e-queima, caracterizado pelo baixo nível tecnológico empregado nas atividades (sem corretivos e fertilizantes), quer seja agrícola ou pecuária, e abandono da terra com o declínio de produtividade, geralmente dois a três anos após a queima. A sustentabilidade desse sistema, em suas dimensões ambiental, econômica e social, vem sendo questionada, e o avanço, mesmo que ainda incipiente, das avaliações que vêm sendo realizadas por agricultores e pesquisadores das práticas de agricultura conservacionista nessa região indicam a possibilidade de abandono daquele processo tradicional. Nesse contexto, o sistema de plantio direto contribui para a conservação do solo e da água nas propriedades rurais, reduzindo a intensidade da erosão do solo por manter a sua superfície sempre coberta com palha de culturas, melhorando as características físicas, químicas e biológicas e, assim, aumentando a capacidade produtiva do sistema. Ademais, a eficiência da propriedade é aumentada, dada a redução do custo de produção pelo melhor aproveitamento dos recursos produtivos como mão-de-obra, máquinas, implementos e energia. Isso é ainda mais relevante para a região Norte, pois se verificou aumento substancial de sua participação no cenário nacional do agronegócio de grãos. A execução desse projeto de pesquisa permitiu avaliar a influência do emprego do sistema plantio direto para produção de grãos em áreas alteradas de terra firme no estado do Amazonas, com repercussão em outros estados da região, onde estão disponíveis mais de quatro milhões de hectares de áreas alteradas para a produção agropecuária sustentável.