02/04/13 |   Agroindustry

Prosa Rural - Produção Integrada de Café: caminho para sustentabilidade

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Abril/2013 - 1ª semana - Região Centro-Oeste/Sudeste

A produção cafeeira do Brasil melhorou muito nos últimos anos, especialmente depois da criação do Consórcio Pesquisa Café, que reúne dezenas de instituições de ensino, pesquisa e extensão em prol da geração e transferência de tecnologia. Pesquisadores, agentes da cadeia produtiva e consumidores, cada vez mais conscientes da necessidade de investir em qualidade, se uniram para buscar a valorização do café produzido com base na sustentabilidade econômica, social e ambiental e em boas práticas agrícolas por meio da Produção Integrada de Café. Esta semana, o Prosa Rural fala sobre a importância dessa forma de produção.

A Produção Integrada de Café é constituída por normas técnicas para produzir alimentos de alta qualidade, por meio de mecanismos adequados de sustentabilidade que visam substituir antigas técnicas de produção que prejudicam o meio ambiente e que não asseguram, a longo prazo, uma agricultura sustentável. O Consórcio, juntamente com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e representantes do setor cafeeiro, reuniu esforços e contribuiu para a promoção de ampla discussão nos meios envolvidos sobre esse tema. O resultado foi o desenvolvimento de normas de boas práticas agrícolas para a produção de café dentro dos requisitos de segurança alimentar e de sustentabilidade de produção, levando em conta as peculiaridades da cafeicultura brasileira.

A norma favorece a rastreabilidade de toda a produção e o desenvolvimento de uma certificação nacional do produto, desde a instalação da lavoura até a comercialização.É um conjunto de princípios, muitos dos quais parte do dia a dia do produtor, que atende às exigências internacionais, de custos reduzidos e fácil aplicabilidade a pequenos e médios produtores organizados. A iniciativa busca excluir práticas inaceitáveis e propiciar uma melhora contínua de boas práticas agrícolas. É constituída de 16 princípios, muitos dos quais já fazem parte da rotina do produtor. A adesão ao sistema é voluntária até que o governo forneça as bases para que o produtor possa escolher por uma das certificações existentes no mercado.

De modo geral, eles incentivam melhorias na gestão da propriedade, que em médio e longo prazos, refletirão na adoção de técnicas produtivas com baixo impacto ambiental, qualidade diferenciada dos produtos e mais competitividade para o café brasileiro. O sistema é totalmente monitorado, isto é, toda tomada de decisão sobre a aplicação
de pesticidas, de fertilizantes, de corretivos agrícolas
etc só deve ser feita se o monitoramento indicar a necessidade, o que significa economia de custos com insumos agrícolas.

Segundo o professor Laércio Zambolim, da Universidade Federal de Viçosa, uma das instituições fundadoras e participantes do Consórcio, o desenvolvimento da produção integrada de café melhora a qualidade de vida do produto e do ambiente,  pois leva em conta o respeito à capacidade de suporte do ecossistema, aumenta a longevidade do sistema produtivo pela maior proteção do solo e da água, e, ainda, contribui para o maior retorno econômico do produtor, por utilizar menos defensivos e fertilizantes químicos.

"Esse modelo de produção sustentável proporciona melhor tratamento social aos trabalhadores e mais qualidade a produção e ao produto, contribuindo também para aperfeiçoar a organização de um sistema permanente de monitoramento dos problemas da cultura e de identificação de pontos críticos, que requeiram maior atenção da pesquisa ou da transferência de tecnologia", ressalta Zambolim.

Para o gerente-geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo, a liderança brasileira na produção mundial de café pressupõe cada vez mais uma postura correta em relação ao meio ambiente, ao trabalhador e à segurança dos produtos. "A Produção Integrada de Café é uma iniciativa brasileira que oferece um café com valor social e ecológico agregado e vem ao encontro das exigências dos consumidores que já cobram e valorizam condições apropriadas de produção e rastreabilidade do produto. O que se propõe com ela é a apresentação de uma norma que incentive o aperfeiçoamento gradativo de um maior número de cafeicultores que desejam ter seus produtos reconhecidos através de certificação", completa.

PI Brasil Café - O sistema foi inspirado em outros similares para café e, principalmente, no modelo já implementado com sucesso pelo Ministério da Agricultura para Produção Integrada de Frutas. Integrará o Programa Brasileiro de Produção Integrada e do Programa Brasileiro de Avaliação da Conformidade, do Inmetro. No país, é denominado Produção Integrada – PI Brasil Café. A previsão é de que seja implantado este ano, sendo um dos principais objetivos do Planejamento Estratégico para o Desenvolvimento do Setor Cafeeiro (2012 a 2015).

Consórcio Pesquisa Café - Congrega instituições de pesquisa, ensino e extensão localizadas nas principais regiões produtoras do país. Seu modelo de gestão incentiva a interação das instituições e a otimização de recursos humanos, físicos, financeiros e materiais. Foi criado por dez instituições: Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola - EBDA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - Epamig, Instituto Agronômico - IAC, Instituto Agronômico do Paraná - Iapar, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural - Incaper, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro - Pesagro-Rio, Universidade Federal de Lavras - Ufla e Universidade Federal de Viçosa - UFV.

Saiba mais sobre a Produção Integrada de Café ouvindo o Prosa Rural desta semana, o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

 

Região Centro-Oeste/Sudeste

 

Flávia Bessa (MTb 4469/DF)
Embrapa Café

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