Reunião técnica discute sementes no RS
Reunião técnica discute sementes no RS
Pesquisadores repassaram informações sobre o clima para a safra 99/2000
A programação iniciou-se com uma palestra do pesquisador da Embrapa Trigo Paulo Bertagnolli, que repassou informações técnicas sobre a cultivar. O agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha falou sobre as perspectivas climáticas para a safra. A reunião foi finalizada com a palestra do gerente local do Escritório de Negócios de Passo Fundo, Airton Lange, que apresentou o Plano de Marketing da soja BRS 154.
Bertagnolli destacou como características da soja BRS 154 o alto potencial de rendimento de grãos, a resistência a doenças e a adaptação ao sistema de plantio direto. "Em um estudo realizado em 19 ambientes do Rio Grande do Sul, onde é recomendada para plantio, a cultivar apresentou rendimento de grãos 8% superior ao da cultivar BR-16 e 7% superior ao de RS 7-Jacuí", afirmou o pesquisador. A BRS 154 é resistente ao cancro da haste, à podridão parda da haste, à pústula bacteriana, à mancha olho-de-rã e ao oídio e suscetível à podridão vermelha da raiz. Estudos indicaram produtividade média de 3.300 quilos por hectare. Bertagnolli frisou a importância da distribuição de sementes para a obtenção de bom rendimento e destacou que a recomendação aos produtores é utilizar 300 mil plantas por hectare.
Lange apresentou aos agricultores os objetivos e propostas do Plano de Marketing da BRS 154 e destacou que a intenção é colocar à disposição dos produtores novas ferramentas para garantir o sucesso da atividade. "Entre as oportunidades, destacamos a qualidade e rendimento da cultivar BRS 154, o mercado mundial crescente na área de soja e a grande amplitude de comercialização", comentou. A soja BRS 154 é recomendada para o plantio no Rio Grande do Sul e o mesmo deverá acontecer no estado de Santa Catarina na próxima safra de verão.
PERSPECTIVAS CLIMÁTICAS
O agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha falou sobre a ocorrência dos fenômenos El Niño e La Niña e os possíveis danos à agricultura. O El Niño ocorre em função do aquecimento das águas do Oceano Pacífico e provoca chuvas acima da média. A região sul do Brasil é bastante afetada por esses fenômenos, como o El Niño que ocorreu em 1997. "Este ano estamos sob influência de La Niña, ocasionada pelo resfriamento das águas do Pacífico. Tivemos chuvas abaixo do normal em agosto e setembro e a tendência é de se manter esse quadro até dezembro no sul e oeste do Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina", afirmou.
As recomendações de Cunha aos produtores é diversificação na época de semeadura, utilização de cultivares de ciclos diferentes e de sistemas conservacionistas da umidade no solo – como o plantio direto na palha –, semeadura um pouco mais profunda e plantar apenas com umidade suficiente para o estabelecimento da lavoura, além de necessitar uma maior atenção com o manejo de pragas.
O impacto dos fenômenos meteorológicos é diferenciado nas diversas regiões do Rio Grande do Sul. "No Noroeste, Missões, parte do Planalto e Vale do Uruguai os efeitos de El Niño e La Niña são mais fortes", comentou. "Os anos de El Niño são melhores para a soja e o milho, que têm fases críticas bem conhecidas (floração em milho e enchimento de grãos na soja, por exemplo) e se não houver quantidade de chuva adequada nesses períodos, pode haver perdas de rendimento", alertou.
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