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Embrapa recomenda nova leguminosa para pastagens na Amazontech

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Formação de pastagens a partir do consórcio de capins com leguminosas tem sido a alternativa indicada para enfrentar parte dos problemas de degradação do solo e mortalidade de pastos, principalmente naqueles em que há predominância do capim Brachiaria brizantha, conhecido como brizantão, um dos mais utilizados pelos produtores no Acre. Durante a Amazontech 2002, evento promovido pelo Sebrae, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Federal do Acre, Governo do Estado, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Ministério da Ciência e Tecnologia, pesquisadores da Embrapa Acre (Rio Branco-AC) estarão recomendando uma nova leguminosa para consorciação com capins. Trata-se do amendoim forrageiro cv. Belmonte.

Hoje, uma dos maiores problemas da pecuária brasileira é a degradação das pastagens. Estima-se que existam 20 milhões de hectares degradados na Amazônia, a maioria anteriormente ocupada com pasto. No Acre, as áreas degradadas ou em processo de degradação atingem cerca de 700 mil hectares, sendo que a maior parte está concentrada no Vale do Acre, principalmente na região de Bujari e Sena Madureira, onde também ocorrem sérios problemas de mortalidade de pastagens.

A cultivar Belmonte, uma espécie de amendoim perene e nativo do Brasil, foi lançado pela Estação de Zootecnia do Extremo Sul - CEPEC/CEPLAC, na Bahia, e está sendo recomendada pela Embrapa como forrageira adaptada às condições ambientais do Acre. Esta leguminosa, com capacidade de produzir até 20 toneladas/ha/ano de forragem de alta qualidade, está sendo largamente plantada pelos produtores do Estado para a formação de pastagens consorciadas com capins do tipo braquiária (brizantão, B. decumbens e B. humidícola) e estrela africana.

Espécies nativas do amendoim forrageiro foram coletadas por pesquisadores dos Estados Unidos, no Estado de Mato Grosso, em 1936, e hoje são utilizadas como pastagens e na produção de feno na Flórida. Pesquisadores da Austrália também levaram uma espécie do amendoim nativo da Bahia e hoje recomendam a cultivar Amarillo para a formação de pastos.

Atualmente, além do Brasil, países como os Estados Unidos, Austrália, Costa Rica, Colômbia e Peru utilizam espécies de amendoim forrageiro como pastagens, cobertura do solo em culturas perenes, conservação do solo ao longo de rodovias e como planta ornamental em praças e jardins.

No ramal da Enco, no Projeto Pedro Peixoto, a cerca de 50 quilômetros de Rio Branco, trabalhos desenvolvidos pela Embrapa Acre desde 1997 com pequenos produtores de leite têm mostrado que o uso do amendoim forrageiro como banco de proteínas aumentou a produção de leite das vacas de 2,5 litros para 4,6 litros por dia.

Além disto, estudos desenvolvidos pela CEPLAC, na Bahia, mostram que pastagens de amendoim forrageiro da cultivar Belmonte, consorciadas com capins do tipo braquiária (B. dictioneura e B. humidicola), produziram ganho de peso vivo acima de 555 g/animal/dia, com 1,6 a 4 novilhos/ha e uma produtividade superior a 20 arrobas/ha/ano.

No próximo dia 21, como parte das atividades da Amazontech 2002, a Embrapa estará realizando um Dia de Campo na Fazenda Ituiutaba, localizada no km 80 da BR-364, sentido Rio Branco/Sena Madureira, com o objetivo de demonstrar uma experiência de sucesso de produtores que estão utilizando pastagens consorciadas do amendoim forrageiro com o capim estrela africana roxa para recuperação de áreas degradadas.

Embrapa no Amazontech Soraya Pereira - MTB 26165 SP Endereço eletrônico: soraya@cpafac.embrapa.br Fone: (68) 212 3200  

Tema: Produtos Agropecuários\Pecuária e Pastagens 

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