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Pimenta longa: alternativa para a agricultura familiar na Amazônia

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Na Amazônia brasileira, há cerca de 500 mil famílias assentadas que buscam novas alternativas econômicas para manter-se no meio rural. Foi pensando nisso e na preservação ambiental que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desenvolveu um projeto de beneficiamento de óleo essencial de pimenta longa, rico em safrol. O óleo é obtido a partir de um processo de destilação que será apresentado na Amazontech 2002. O evento acontece de 17 a 22 de setembro, em Rio Branco (AC) e que é promovido pelo Sebrae, Embrapa, Governo do Estado, Universidade Federal do Acre, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Ministério da Ciência e Tecnologia.

O safrol é um componente químico aromático utilizado pela indústria química como matéria-prima na manufatura de heliotropina (fixador de fragâncias) e butóxido de piperonila (agente sinergístico empregado em inseticidas naturais a base de piretrium).

O consumo mundial de safrol gira em torno de 3 mil toneladas anuais e o mercado é abastecido basicamente pela China. O problema é que o produto é obtido de forma predatória ao meio ambiente, pois implica na destruição completa de uma árvore nativa, o que compromete o fornecimento futuro.

O óleo essencial de pimenta longa aparece como uma nova fonte sustentável para obtenção de safrol. Hoje, a produção nos estados do Acre e Rondônia equivale a pouco mais de 20 mil quilos, volume ainda insuficiente para atender o mercado interno.

No entanto, a expansão da cultura já é responsável pela ocupação de 180 famílias nos Estados do Acre e Rondônia, que estão ganhando um incremento de renda líquida em torno de R$ 600 por hectare/ano. Até meados da década de 90, a pimenta longa era uma planta daninha de ocorrência comum em áreas de capoeira. Os trabalhos de pesquisas conseguiram domesticar a planta e a transformá-la numa cultura alternativa para a agricultura familiar.

Fundação Banco do Brasil - A Fundação Banco do Brasil, motivada pelos resultados das pesquisas alcançados pela Embrapa Acre com a cultura da pimenta longa, investirá recursos na Associação Guerrilheiros do Araguaia, de Epitaciolândia (AC), para produção de óleo essencial de pimenta longa.

O projeto foi escolhido entre centenas de todo o Brasil por atender a quatro características: inovação tecnológica, sustentabilidade, respeito ao meio ambiente e capacidade de repetição de resultados em outras localidades.

No primeiro ano, a Fundação vai custear a implementação de uma usina de beneficiamento, máquinas e implementos. À partir do segundo ano, também serão promovidos cursos de planejamento e administração. Com o apoio da Secretaria Executiva de Assistência Técnica e Garantia da Produção (Seater-GP), a região de Brasiléia/Epitaciolândia chegou a 200 hectares cultivados com pimenta longa.

Hoje, o Acre tem cerca de 220 hectares de cultivo e três usinas de beneficiamento: uma em Brasiléia, outro no Projeto Humaitá e a última em Senador Guiomard. Em Vila Extrema (RO), onde o projeto teve início, a cultura envolve 20 famílias que têm 45 hectares cultivados e uma usina de beneficamento.

Outras informações: Soraya Pereira (MTB 26.165 SP). Endereço eletrônico: soraya@cpafac.embrapa.br. Fone: (68) 212 3200

 

Tema: Atividades Temáticas\Meio Ambiente 

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