30/04/08 |

Estiagem pode prejudicar milho safrinha

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Pouca chuva para os próximos três meses nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e na região Sul de Minas Gerais e uma estiagem ainda mais acentuada no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Este é o cenário que o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) Williams Marques Ferreira prevê para o período em decorrência do enfraquecimento do La Niña. É esperado, segundo ele, que o fenômeno meteorológico permaneça até julho deste ano e que provoque também uma queda na temperatura de até 0,4ºC na maior parte do país, se comparado ao mesmo período de 2007. "É uma tendência global e o Brasil poderá se encaixar neste contexto", reforça.

Caso o prognóstico seja confirmado, as lavouras de milho plantadas no final de fevereiro e início de março nestas regiões poderão ser prejudicadas pela redução do volume de água no período em que o milho é mais exigente – na época de florescimento. "O milho safrinha poderá ter seu potencial produtivo afetado. O produtor deve se preparar, se necessário, para utilizar a irrigação como suplemento", alerta Williams. O plantio direto também é uma prática que deve ser preferencialmente adotada por proporcionar maior capacidade de retenção de água na região das raízes das culturas.

O risco de queda na produção da segunda safra do milho pode se acentuar se a chuva for mal distribuída ao longo dos próximos três meses. "Se as chuvas se concentrarem em um mês específico, os prejuízos serão maiores. Por outro lado, caso ocorram abaixo da média, mas bem distribuídas, o produtor poderá ter ainda uma colheita satisfatória". Já nas regiões próximas ao litoral do Paraná, Santa Catarina e porção leste do Rio Grande do Sul, há probabilidade de que a temperatura fique um pouco acima da média normal do período, "o que favoreceria a performance das lavouras de milho safrinha".

Já para o Nordeste brasileiro, a expectativa é que o volume de chuvas seja igual ou maior à média para os meses de maio, junho e julho. Para a Bahia, com exceção do extremo Oeste, deve chover dentro da média normal do período. Já para os estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, a previsão é de maior ocorrência de chuvas. "Nestes estados, a umidade do solo será assegurada, o que favorecerá o desenvolvimento do milho", interpreta o pesquisador. Ele ainda faz uma ressalva quanto à possibilidade de ocorrência de chuvas acima da média no mês de junho nestas regiões, "o que poderá provocar dificuldades no momento da colheita, principalmente a mecanizada".

Guilherme Ferreira Viana – Mtb 06566Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas – MG)Contatos: (31) 3779-1123gfviana@cnpms.embrapa.br

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