Em alusão ao centenário da imigração japonesa no Brasil, a Embrapa homenageia seu empregado Nozomu Makishima(foto). Filho de japoneses, o engenheiro agrônomo - que atua na Embrapa Hortaliças (Brasília/DF) há 30 anos - fez o caminho inverso. O paulista de Pindorama foi ao Japão, aprendeu a língua e retornou ao Brasil com o desafio de ajudar uma colônia de japoneses produtores de hortaliças.

Com a capacidade de transitar  por lugares aparentemente antagônicos, Nozomu Makishima representa a aliança Brasil-Japão, seja na intensificação das relações bilaterais, seja no estreitamento dos laços de amizade que unem esses dois países de culturas tão diferentes.

Graduado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba/SP, e pós-graduado na Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, o agrônomo -  quando mestrando - foi um dos sócios fundadores da Sociedade Brasileira de Olericultura (SOB) - hoje Associação Brasileira de Horticultur -, entidade que presidiu em dois mandatos, entre 1972 e 1981. Makishima ajudou ainda a fundar a Sociedade de Fruticultura e a Sociedade Brasileira de Fitopatologia.

Nozomu Makishima, que fez viagens de estudo sobre hortaliças no Japão,  Estados Unidos e Portugal, prestou assessoria técnica sobre cultivo de hortaliças a instituições oficiais ligadas à agricultura da Argentina, Bolívia, Equador e Portugal.

Juntamente com outros 18 empregados da Embrapa Hortaliças, participou, entre 1989 e 1991, de treinamentos de curta duração no Japão. O objetivo dos cursos era conhecer os estudos japoneses, a estrutura e programação das instituições de pesquisa daquele país. Para garantir a aprendizagem dos pesquisadores brasileiros, Makishima foi designado tradutor. 

Com o êxito do programa de cooperação, o governo japonês resolveu confiar o desenvolvimento de um projeto de capacitação de técnicos de países de língua portuguesa e da América Latina à Embrapa. Surgiu então, em 1994, o Curso Internacional de Produção de Hortaliças que, em 12 edições, contou com a participação de 360 profissionais de Angola, Moçambique, Peru, Colômbia, entre outras nações.    A troca de informações gerou tecnologias que foram adaptadas às condições de produção do Brasil e trouxeram benefícios às cadeias produtivas da batata, melancia, repolho, melão e brócolis. O exemplo mais palpável dessa parceria é o híbrido de abóbora Jabras, desenvolvido em conjunto por profissionais dos dois países.

Referência

Aos 76 anos,  Nozomu Makishima continua na Embrapa Hortaliças, onde é referência para profissionais jovens e experientes não só pelos conhecimentos técnicos, como também por características como  disposição e determinação.

Durante todo o ano de 2008 a Embrapa promove ações alusivas ao centenário da imigração japonesa no Brasil. Em maio, além da homenagem  durante solenidade comemorativa aos 35 anos da Empresa, haverá a construção e reestruturação de jardim japonês na Embrapa Cerrados (Brasília/DF), bem como um almoço típico japonês na Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos/SP).

Em setembro a Embrapa irá montar o "Espaço Japão", dentro da exposição "Ciência para a Vida", que acontece na sede da empresa em Brasília. O  objetivo é apresentar empresas e instituições japonesas ou brasileiras que nasceram fruto do trabalho dos imigrantes, que contribuíram para a história de nosso país, mostrando ao público visitante a relevância da imigração, em especial para a agricultura brasileira, por meio de exposição de equipamentos, insumos e produtos agrícolas.

O espaço pretende valorizar as ações referentes ao intercâmbio tecnológico; bem como promover uma maior integração da cultura japonesa com os visitantes da exposição, reunindo neste espaço cultura, tradição e tecnologia.

Mais informações:Marcos Esteves (DRT 4505/DF) Embrapa HortaliçasTelefone: (61) 3385-9109E-mail: marcos.esteves@cnph.embrapa.br

Luciana Azevêdo (DRT 2520/DF) Assessoria de Comunicação Social - EmbrapaTelefone: (61) 3448-4015E-mail: luciana.azevedo@embrapa.br