08/05/08 |

Normas técnicas garantem a qualidade na produção de morangos

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A publicação das Normas Técnicas Específicas (NTE) para a Produção Integrada de Morango (PIMo) em abril deste ano,  no Diário Oficial da União motiva a continuidade do trabalho dos produtores da região de Atibaia, SP em busca da certificação. O objetivo do documento é auxiliar a produção de alimentos seguros, de qualidade e que respeitem o meio ambiente e o trabalhador rural. 

Desde 2006 a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); a Prefeitura da Estância de Atibaia; a Associação dos Produtores de Morangos e Hortifrutigranjeiros de Atibaia, Jarinu e Região, além de diversos parceiros, trabalham para a adoção da PIMo.

A pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e uma das coordenadoras do projeto, Fagoni Calegário, explica que a idéia era levar os produtores a descobrirem, por seus próprios meios, a necessidade de se buscar a sustentabilidade.

Fixação do homem no campo

"Para introduzir o Programa foi utilizada a macroeducação como proposta de planejamento e comunicação social em um processo gradativo de sensibilização socioambiental, reconstrução de uma relação sustentável com o processo produtivo, adequação e habituação para adoção de boas práticas agrícolas", diz.

Segundo o Secretário de Agropecuária e Abastecimento de Atibaia, Humberto Rosente, "essa estratégia valoriza e fixa o homem no campo, ou melhor, a família, numa região conturbada e sob forte pressão da especulação imobiliária". O Programa se torna assim fundamental para o fortalecimento e sustentabilidade do setor agrícola na região.

O chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Meio Ambiente, Ariovaldo Luchiari Júnior, destaca a metodologia participativa e integradora direcionada para resultados, usada pelas pesquisadoras Fagoni e Valéria Hammes.

"Para que houvesse a percepção e conscientização das questões relacionadas ao meio ambiente e à produção integrada foi utilizada a metodologia ver, julgar e agir com a participação ativa dos produtores", explica. "Destaco ainda o comprometimento e dedicação das pesquisadoras para que a PIMo e suas normas pudessem ser elaboradas e implantadas com a colaboração de todos os elos da cadeia produtiva e demais partes interessadas", salienta. 

Cultura utiliza agrotóxicos em demasia

A cultura demanda grande quantidade de produtos químicos no controle de insetos, ácaros e doenças, sendo realizadas excessivas aplicações de fungicidas, inseticidas e acaricidas durante um ciclo, nas mais diferentes regiões produtoras do país. Como conseqüência, os frutos podem apresentar alto índice de resíduos de agrotóxicos, colocando em risco a saúde dos consumidores, dos produtores, e dos trabalhadores rurais, além de proporcionar desequilíbrio ao meio ambiente.

Hoje já se constata a resistência de alguns nichos de mercado quanto à sanidade do morango, devido ao grande uso de defensivos agrícolas, principalmente fungicidas durante o cultivo. Assim, o uso intensivo de agrotóxicos além de resultar num custo de produção mais elevado pode comprometer a segurança do morango e gerar rejeição dos consumidores, estigmatizando o produto.

Para Fagoni está cada vez mais difícil produzir morangos da forma convencional. "Por essas e outras razões, ressalta a pesquisadora, é preciso apostar na diferenciação, com a adoção de um sistema que evidencia a utilização das melhores técnicas agronômicas, com respeito ao ambiente, ao trabalhador rural e ao consumidor".

A perspectiva inicial de qualquer produtor é um preço mais elevado. Mas, se unicamente o sobrepreço for a meta, esclarece Fagoni, o programa pode se enfraquecer. "O que vemos no mercado é que a boa mercadoria, segura e de alta qualidade, vende mais rapidamente e se torna mais famosa, mais procurada e naturalmente atinge preços mais elevados". Neste cenário, a PIMo é uma excelente opção para o produtor se adequar aos consumidores, aos mercados interno e externo.

Adequação à PIMo

Ao longo de 2007 foram realizados vários treinamentos técnicos – manejo de doenças, métodos alternativos de controle de doenças, calibração de pulverizadores, irrigação, solos e nutrição de plantas, colheita e pós-colheita, manejo integrado de pragas sobre as melhores técnicas recomendadas para os temas considerados prioritários. Aos poucos, os produtores foram se adaptando aos novos conceitos e introduzindo-os em suas lavouras.

"Em 2008 o enfoque será na validação do sistema nas áreas dos produtores parceiros, tendo uma Unidade Demonstrativa Central como área modelo para validação, realização de aulas práticas e demonstrações do sistema para os produtores e sociedade em geral", esclarece Fagoni.

Entre outras atividades relevantes, em 11 de abril de 2008, houve na Embrapa Meio Ambiente treinamento de técnicos envolvidos na PIMo para a identificação de doenças do morangueiro, uma vez que o monitoramento de doenças é parte fundamental para o estabelecimento de estratégias adequadas de controle, seguindo os princípios do Manejo Integrado de Pragas (MIP).

 

Cristina Tordin ( MTb 28.499)Embrapa Meio AmbienteContatos:(19) 3311.2608cris@cnpma.embrapa.br

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