A Embrapa Acre (Rio Branco), Unidade de Pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vem pesquisando alternativas tecnológicas para a síndrome da morte do capim-braquiarão, problema freqüente em pastagens da Amazônia.

Os resultados destas pesquisas estão sendo apresentados no XXI Congresso Internacional sobre Pastagens, em Hohhot, República Popular da China, pelo pesquisador Carlos Maurício Soares de Andrade.

Desde domingo  (29) especialistas de mais de 100 países participam do evento, discutindo alternativas sustentáveis capazes de garantir a produtividade dos sistemas pecuários no mundo, evitando a conversão de novas áreas de vegetação nativa, com economia de recursos naturais e aumento da rentabilidade para o produtor. As atividades se estendem até sábado(5).

A pecuária de corte é a principal atividade econômica do setor primário no Acre. Com cerca de 1,4 milhão de hectares de pastagens cultivadas, e predominância da Brachiaria Brizantha cv., gramínea forrageira conhecida como brizantão, braquiarão ou capim-marandu, nos últimos anos, as pastagens acreanas vêm sofrendo com a degradação causada principalmente pela síndrome da morte do capim-braquiarão.

O problema se manifesta principalmente na época chuvosa, causando o amarelecimento, murchamento e finalmente a morte de plantas da gramínea. Isto reduz a capacidade de suporte das pastagens e a produtividade animal nas propriedades, acarretando sérios prejuízos aos produtores da região.

De acordo com Andrade, a síndrome da morte do capim-braquiarão resulta de uma combinação de fatores como estresse do solo e ataque de fungos oportunistas.

A baixa permeabilidade, característica marcante dos solos acreanos, favorece o aparecimento do problema. As pesquisas realizadas pela Embrapa vêm ajudando no trabalho de renovação das pastagens e recuperação de áreas degradadas no Acre e em outros Estados da Amazônia.

O processo envolve desde a reforma manual, utilizando espécies forrageiras mais adaptadas, em substituição ao capim-braquiarão, até correção e adubação do solo para os casos mais críticos.

A participação da Embrapa Acre no Congresso Internacional de Pastagens reúne três trabalhos de pesquisa que resultaram no conjunto de soluções tecnológicas para a morte do capim-braquiarão.

Além do método de reforma manual de pastagens degradadas, desenvolvido em parceria com produtores rurais do Estado, Andrade também apresenta os trabalhos "Sindrome da morte do capim-braquiarão na Amazônia Ocidental Brasileira", de autoria do pesquisador Judson Valentim e "Zoneamento de risco de morte do capim-braquiarão no Estado do Acre", do pesquisador Eufran Amaral.

O estudo de Valentim revelou as causas, caracterização e conseqüências do problema; enquanto a pesquisa de Amaral realizou o mapeamento das áreas do Estado, identificando o nível de risco de morte do capim-braquiarão. O mapa de risco edáfico tem sido usado como ferramenta eficiente na orientação de produtores e órgãos públicos em relação às áreas a serem usadas para formação de pastagem com esta gramínea.

Segundo Andrade, a síndrome da morte do capim-braquiarão não se restringe ao Brasil. Ela ocorre também na Costa Rica, Colômbia, Peru e em outros países da América Latina. "Nosso objetivo é mostrar para a comunidade científica mundial tecnologias que podem contribuir para solucionar um problema enfrentado por produtores de diversas partes do mundo, bem como conhecer novidades tecnológicas e metodologias na área de pastagem que possam aperfeiçoar o nosso trabalho", afirma. 

Mais informações:

Carlos Maurício Soares de Andrademauricio@cpafac.embrapa.br Embrapa AcreContato: (068) 3212-3237

Diva Gonçalves Embrapa AcreContato: diva@cpafac.embrapa.br(68) 3212-3272