12/08/09 |

Japão quer parceria em sistemas agroflorestais

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O trabalho com Sistemas Agroflorestais (SAFs) desenvolvido pela Embrapa Roraima deve ganhar um importante reforço. A coordenadora de projetos da Agência Internacional de Cooperação do Japão (Jica), Kyomi Muramoto, visitou, na terça-feira (11), propriedades na região do Apiaú, em Mucajaí-RR, para conhecer de perto a experiência local com SAFs.

A visita faz parte da negociação para que o projeto receba cooperação japonesa dentro do programa Issom Ippin, que siginifica "uma vila, um produto". E o aval de Muramoto é fundamental para que a agência japonesa decida investir no projeto roraimense.

A coordenadora da Jica gostou do que viu no Apiaú. Ela ficou especialmente impressionada com o desejo dos agricultores de preservar a natureza. "Estou emocionada com os sonhos destas pessoas. Elas têm um amor enorme pela natureza, tratam as árvores como se fossem filhos.

Querem produzir, mas sem destruir o meio ambiente", comentou. Segundo Muramoto, a Jica mantém parceria na área agrícola em mais de 70 países e, em cada região, apóia um tipo de cultura, agregando sua imagem àquele produto específico.

Desta maneira, a agência japonesa tem ajudado milhares de famílias a sair de situação de pobreza e a garantir renda. "Nossa ajuda vem através de bolsistas que, durante dois anos, articulam com a comunidade escolhida as melhores formas de desenvolver a agricultura local", explica.

A parceria entre a Embrapa e a Jica também envolve o Sebrae e a Associação Nipo-brasileira de Roraima. "O representante designado pela Jica virá do Japão e usará a estrutura da Embrapa Roraima durante os dois anos de trabalho aqui, dando suporte para o desenvolvimento desse sistema de consórcio", explica o Chefe Geral da Unidade, Francisco Joaci de Freitas.

O projeto visitado pela coordenadora da Jica concilia espécies madeiráveis e frutíferas, com grãos e hortaliças, mas sempre utilizando a terra de forma racional e sustentável. É assim que os pequenos produtores da Vila do Apiaú planejam a utilização de culturas com épocas distintas de colheita, de maneira que nunca fique sem produção e renda. "Eles fazem tudo isso sem utilizar o método de derruba e sem apelar para as queimadas que tanto fazem mal a nossa Amazônia", enfatiza Joaci.

Valor agregado

Em sua visita a Vila do Apiaú, Kyomi Muramoto também teve a oportunidade de conhecer a agroindústria de polpas de frutas, instalada, este ano, pela Cooperativa de Produtores da região com apoio da Embrapa, Sebrae, Senai e Ministério do Meio Ambiente. Na fábrica, com capacidade para 200 quilos/hora, os agricultores podem beneficiar frutas típicas da região como  cupuaçu, graviola e açaí que fazem muito sucesso em forma de sucos e sorvetes.

A agroindústria garantiu destino certo para as frutas, que, antes, costumavam estragar enquanto esperavam a venda. Agora, transformadas em polpa, elas podem ser armazenadas por mais tempo e alcançam um preço melhor no mercado. Com a chegada do apoio da Jica, previsto para o próximo ano, a cooperativa pretende expandir seu mercado e, quem sabe, chegar aos supermercados japoneses, como já acontece com muitas frutas produzidas no município de Tomé-Açu (PA), que também utiliza Sistemas Agroflorestais.

Liliane Cronemberger (1157 DRT PI)Assessoria de ComunicaçãoEmbrapa Roraima(95) 4009-7107

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