Julho/2008 - 1ª semana - Região Sul

O triticale tornou-se importante alternativa para produtores rurais possibilitando reduzir outras fontes de proteína na formulação de rações, como farelo de soja, auxiliando na redução do custo de produção. O consumo de grãos forrageiros no Brasil tem como base principal o milho. A distância dos centros produtores desse grão, a reduzida capacidade de expansão de área de cultivo nos locais de demanda e a oscilação temporal do custo do produto têm feito os produtores buscar fontes alternativas de energia e alimentação animal, contexto favorável à produção do triticale.

Produto direto da pesquisa, gerado a partir do cruzamento do trigo com o centeio, o triticale herdou das espécies parentais características favoráveis, como potencial de rendimento de grãos e de biomassa, resistência a doenças, bom desenvolvimento em baixas temperaturas, tolerância à seca e ao frio, sistema radicular profundo e grãos de alto valor protéico.

A Embrapa Trigo desenvolveu a primeira cultivar de triticale brasileira em 2005, única disponível no mercado até hoje. A BRS Minotauro representa um marco para o cultivo do triticale no país por usar material genético adaptado às condições de solo e clima brasileiros.

"Como o triticale tem um valor protéico maior do que o milho, o produtor consegue economizar no farelo de soja pra fazer ração e a qualidade dessa ração é superior àquela feita com o milho. Então o produtor consegue ter um custo de produção menor e, conseqüentemente, uma maior rentabilidade principalmente na produção de suínos e aves", explica Alfredo do Nascimento Júnior, pesquisador da Embrapa Trigo (Passo Fundo – RS).

O principal uso para o triticale é na alimentação animal e, por ser um cereal de inverno, quando transformado em carne, leite ou ovos, oferece ao produtor a oportunidade de agregar mão-de-obra e valor à produção rural. Na pequena propriedade, é especialmente utilizado para produção de forragem verde, silagem de plantas jovens, feno, silagem de plantas adultas, silagem de grãos úmidos e grãos secos. A silagem do grão apresenta boa digestibilidade e maior concentração de energia e de proteína bruta, podendo ser usada para alimentar suínos e bovinos.

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