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Atualmente, a mandioca (Manihot esculenta Crantz) é a terceira maior fonte de energia, sendo Nigéria, República Democrática do Congo, Brasil e Tailândia os quatro maiores produtores (FAOSTAT, 2016). No Brasil, a produtividade média de 2006 a 2015 foi de 14,24 t.ha-1 (IBGE, 2016), muito baixa, se comparada com as da Índia (34,96 t.ha-1), Tailândia (21,82 t.ha-1), Indonésia (22,46 t.ha-1), ou Nigéria (18,99 t.ha-1). Entre 1961 e 2009, a produção no Brasil reduziu-se 0,35% ao ano e a produtividade aumentou apenas 0,12% ao ano (FAO, 2011), pelo baixo uso de insumos, pragas e doenças, longas estiagens e variedades pouco produtivas. Outro fator que explica esse pequeno aumento da produtividade é a dificuldade de produção e distribuição do material propagativo para os agricultores. Embora os programas brasileiros tenham obtido cultivares muito superiores às cultivadas, isso não tem se refletido na produtividade média do país.

De modo geral, 40% das raízes é destinada à produção de farinha, 20% para produção de amido e o restante destinado a usos como mandioca de mesa e alimentação animal.

 

 

                                   

 

 

Mandioca de mesa e para indústria

A mandioca de mesa é produzida e consumida em todo o país. O mesmo ocorre com a produção da mandioca para a indústria, mas enquanto a farinha é produzida e consumida principalmente no Norte e Nordeste, a produção de amido se concentra em MS, PR e SP.
O melhoramento para indústria tem focado no aumento e estabilidade da produtividade de amido e resistência a pragas e doenças, enquanto o melhoramento para mandioca de mesa busca qualidade de raiz (baixo teor de compostos cianogênicos, cozimento rápido, maior teor de carotenoides, tolerância à deterioração fisiológica pós-colheita), além da resistência.

 

                                   

 

 

Agregação de valor

É na indústria de amidos modificados que acontece a maior agregação de valor da cadeia produtiva da mandioca. Para a indústria, o teor de amido da raiz é o fator mais importante, influenciando diretamente no rendimento industrial e no custo de produção.
Um dos fatores responsáveis pelas diferenças nas propriedades do amido é a proporção entre os teores de amilose e amilopectina, duas moléculas que compõem o amido. Na maioria dos genótipos disponíveis, o teor varia de 17% a 25%, mas a indústria possui grande interesse por materiais diferenciados, com os extremos dessa relação. Teores mínimos de amilose interessam à indústria alimentícia em função da menor retrogradação do amido (transformação que ocorre durante o resfriamento e o armazenamento do amido). Já os teores maiores que 40% interessam também à indústria de alimentos, pela menor digestibilidade do amido, e à de biopolímeros (plásticos vegetais).


Já a produção de mandioca de mesa ganha, cada dia mais, características específicas para a indústria de congelados. Ricas em carboidratos e fibras, as raízes ajudam na saciedade e têm sido consumidas cada vez mais por pessoas preocupadas com a saúde e a estética. Além disso, a mandioca de mesa tornou-se a principal e mais acessível alternativa de carboidrato para os celíacos – portadores de intolerância aguda ao glúten, proteína alergênica presente no trigo, aveia, centeio, cevada e malte.

 

 

                                   

 

 

Novas variedades

Na principal região produtora de amido do Brasil (SP, MS e PR), a Embrapa lançou em 2016 a BRS CS01 e em 2020 a BRS 420, que em comparação com ascultivares mais plantadas nessa região, foram superiores quanto à produtividade de raízes e à produtividade de amido.
No PR, MS e entorno do DF, a BRS 396 e a BRS 399 (mandiocas de mesa) têm sido muito bem aceitas.