Fortalecimento do manejo de plantas daninhas resistentes com sistemas de produção selecionados

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Nas últimas décadas, a introdução de fertilizantes, a mecanização agrícola, o uso de defensivos agrícolas e os princípios da genética aplicados ao melhoramento de plantas, incluindo a transgenia, foram os avanços tecnológicos responsáveis pelo aumento da produção de alimentos no planeta. Apesar dos resultados positivos alcançados pela adoção dessas práticas, aproximadamente 30% do total da produção agrícola ainda continua sendo perdida a cada ano pela infestação de insetos, patógenos e pela competição por plantas invasoras, mesmo com o crescente aumento de uso de agroquímicos nos cultivos. Somente no Brasil, anualmente, o uso de defensivos agrícolas movimenta cerca de US$ 2,5 bilhões, sendo mais da metade desse total com herbicidas. Isso deve-se, principalmente, à necessidade de prevenir a redução da produtividade das plantas cultivadas pelas plantas daninhas, através da competição, que resulta em perdas médias de aproximadamente 15% na produção mundial de grãos, podendo estas perdas, em alguns casos, atingir percentagem superior a 90%. Um dos métodos de controle mais utilizados pelos agricultores é o uso de herbicidas, que em muitos casos têm sido utilizados de forma inadequada, causando a seleção de plantas daninhas resistentes. A resistência foi notificada a partir da década de 40, entretanto, no Brasil os primeiros relatos são datados de 1993, com Bidens pilosa e Euphorbia heterophylla resistentes a herbicidas inibidores da enzima ALS. Atualmente no planeta estão registrados 480 casos específicos de resistência, relatados em 252 espécies, enquanto no Brasil os relatos somam 44 espécies. Na busca de soluções, cultivares de plantas tolerantes a herbicidas foram desenvolvidas. Nos últimos anos, o uso dessas cultivares tem aumentado, acreditando-se que o manejo fitossanitário, onde essas tecnologias estão sendo aplicadas, será de fundamental importância para a sustentabilidade dos sistemas produtivos agrícolas, devendo a rotação e a sucessão de culturas serem cada vez mais incorporadas aos sistemas de produção. A adoção da tecnologia da soja transgênica permitiu o uso do glyphosate em pós-emergência na cultura sem causar fitotoxicidade às plantas, significando para os produtores a oportunidade de controlar plantas daninhas de forma fácil, eficiente e com relativo baixo custo. Ocorreu também, em função do uso inadequado dessa tecnologia, a seleção de plantas daninhas resistentes, o que vem inviabilizando rapidamente o uso da soja transgênica. Como observado para a soja, a introdução da tecnologia RR em cultivares de milho e algodão despertou grande interesse nos produtores rurais. Com isso, o uso do herbicida ocorreu em muitos casos de forma excessiva e desnecessária, agravando o problema de resistência e/ou seleção de plantas daninhas. Atualmente já existem 37 dessas espécies resistentes a glyphosate no globo. Assim, o objetivo deste projeto realizado em parceira com a Bayer é avaliar sistemas produtivos como estratégias de resiliência para o manejo de plantas daninhas resistentes a herbicida, utilizando-se de dados de levantamento das espécies resistentes ocorrentes no Brasil e da caracterização da resposta a herbicidas destas espécies, definindo-se as doses letais DL50 e DL80. A elaboração de recomendações técnicas para manejo, controle e prevenção da resistência será incrementada com o desenvolvimento de estratégias de transferência de tecnologia e de comunicação para os diferentes públicos, em especial produtores rurais, técnicos da iniciativa pública e privada, profissionais ligados à área e estudantes.

Situação: concluído Data de Início: Wed Nov 01 00:00:00 GMT-03:00 2017 Data de Finalização: Tue Apr 30 00:00:00 GMT-03:00 2024

Unidade Lider: Embrapa Milho e Sorgo

Líder de projeto: Décio Karam

Contato: decio.karam@embrapa.br