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Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autor

Maria Conceição Peres Young Pessoa - Embrapa Meio Ambiente

 

Ao inserir as atividades agropecuárias nos ecossistemas naturais, esse novo ambiente, transformado pela ação do homem e conhecido como agroecossistema, passou a ter problemas ambientais agravados. Entre tais impactos citam-se as contaminações por agroquímicos (agrotóxicos e fertilizantes químicos), a ocorrência de pragas e doenças das culturas, a perda de solo e de sua fertilidade, emissões de gases de efeito estufa decorrentes do manejo inadequado das culturas e da pecuária, entre outros.

A grande meta da pesquisa agropecuária vem sendo encontrar soluções para os principais problemas nos agroecossistemas com foco em uma agricultura mais competitiva, que considere não somente aspectos econômicos da produção, mas que permita a conservação dos recursos naturais, a segurança e saúde do homem, a prevenção de impactos ambientais negativos e a redução daqueles já causados pelas práticas agrícolas anteriormente empregadas.

Foto: Ernesto de Souza 

 

Figura 1. Erosão do solo

 

Os problemas ambientais decorrentes das atividades agropecuárias não ocorrem de forma isolada. Assim, para entender melhor os fatores que causam os impactos ambientais negativos da atividade agropecuária, isto é, aqueles que ocorrem durante a condução da atividade em si ou que, a partir dela, influenciam ou se inter-relacionam no aparecimento de impactos negativos em outras atividades, passa-se a representá-la como um processo agropecuário. Porém, esses processos só poderão ser bem representados à medida que informações da pesquisa básica subsidiarem a descrição dos principais fatores para a sua representação e relacionamentos.

Uma vez que esses processos não ocorrem de forma isolada, torna-se fundamental a utilização de uma visão mais abrangente dos principais fatores que os representam, bem como o acompanhamento de seus aspectos,  inter-relações, influências e resultados ao longo do tempo. Na prática, esse acompanhamento no local torna-se difícil, e muitas vezes muito caro em termos financeiros, dificultando o conhecimento global da dinâmica do sistema que um ou mais processos agropecuários representam. Assim, de acordo com o acervo de conhecimento disponível sobre um determinado problema, a sensibilidade e acuidade de quem o estuda  e o objetivo do estudo em si, é possível selecionar elementos do “mundo real” que descrevam as suas principais características e inter-relações, traduzindo-se esta representação em um “sistema” representativo da situação real a ser estudada.