Modeflora

Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autor

Daniel de Almeida Papa - Embrapa Acre

 

O Modelo Digital de Exploração Florestal (Modeflora) é uma inovação tecnológica, na área de manejo de precisão, que integra o Sistema de Posicionamento Global (GPS), o Sistema de Informação Geográfica (SIG) e o Sensoriamento Remoto (SR) para planejar, executar e monitorar as atividades de manejo florestal com alta precisão. O uso desses recursos permite representar previamente no computador os aspectos espaciais da realidade florestal. Informações como localização das árvores e nascentes, igarapés, áreas de preservação permanente (APPs), curvas de nível, pontos barométricos e relevo compõem o banco de dados do plano de manejo. 

Como resultado, o Modelo Digital de Exploração Florestal gera um microzoneamento da área de manejo florestal com escala de até 1,15 metros. Com isso, é possível fazer o planejamento prévio respeitando-se as caracterísitcas ambientais da área, com menor impacto florestal e ganhos de produtividade.

Ilustração: Daniel de Almeida Papa

Modeflora

Figura 1: Modelo digital da floresta.

 

Como funciona? 

Imagens de radar, como SRTM e ASTER, são dados topográficos utilizados para modelar previamente o relevo e a hidrografia da unidade de produção anual. O georreferenciamento da hidrografia é feito com receptores GPS, por meio do caminhamento em rios e igarapés. Em seguida, é possível estimar a área de preservação permanente (APP) com até 98,7% de precisão. 

As árvores do inventário censitário são localizadas com uso de coordenadas geográficas (latitude, longitude e altitude) coletadas com uso de receptor GPS de alta sensibilidade.No invetário florestal digital, as picadas são virtuais, ou seja, as linhas são inseridas no microcartão do aparelho para nortear a navegação da equipe durante o levantamento florestal. Em campo, a abertura de picadas é feita apenas como forma de se deslocar pela mata.

 Diante de todas essas informações sobrepostas em camadas, o planejamento florestal pré-exploratório é predefinido virtualmente no computador. A locação dos pátios (amarelo), estradas (vermelho) e trilhas de arraste (cinza) é feita conforme as condições do relevo e proximidade das árvores de maior volume.

Nas fases de exploração (abertura de estrada e pátios, abate e arraste de árvores), todas as informações do planejamento estão armazenadas no microcartão do receptor GPS. Isso possibilita aos motoristas e operadores realizarem em campo o que foi projetado no escritório.

 Durante o inventário florestal digital, o sensor barométrico calibrado do receptor GPS gera dados altimétricos a cada árvore georreferenciada. Com essa informação gera-se uma imagem mais detalhada do relevo da área, utilizada para tomada de decisão na etapa de planejamento de pátios e estradas, com precisão média de 2,3 metros.

Toda movimentação das equipes fica registrada nos receptores, que geram dados de gestão e controle da produção florestal em tempo real.