Embrapa Agrossilvipastoril
Consórcios para Ciclagem e Descompactação
Este conjunto de consórcios deve ser utilizado em segunda safra, logo após a colheita da soja. Temo como principal função a descompactação do solo, por meio de raízes agressivas que quebram camadas compactadas. Também contribuem com a ciclagem de nutrientes, sobretudo o potássio.
Também tem a função de servir como cobertura para o solo e formação de palhada para o plantio direto na palha na safra seguinte.
Ruzizensis BRS Integra + nabo forrageiro
Implantação no Show Safra 2024
- BRS Integra 7,0 Kg SPV/ha (~6g SPV/8m²)
- Nabo forrageiro com ~55 sem/m² (~5 kg/ha ou ~4g/8m²)
Misturar os dois materiais de forma homogênea e semeá-los a lanço numa operação única.
Data de semeadura: 22/01/2023
Indicação
Consórcio duplo de safrinha para ciclagem de nutrientes e descompactação do solo, tanto no Sistema Plantio Direto (SPD) quanto para Integração Lavoura-Pecuária (ILP), para solos de textura variada (10 a 50% de argila).
Finalidades (em ordem de relevância agronômica)
- Ciclagem de nutrientes (notadamente K, N, P, S, Ca e Mg) e descompactação do solo, principalmente na profundidade arável (0 – 20cm);
- Produção de forragem para ILP em grande quantidade (> 10 ton MS/ha) e com maior qualidade (teor de proteína bruta nos grãos do nabo em torno de 40% da MS), boa palatabilidade e elevada digestibilidade, e;
- Redução da população dos nematoides Pratylenchus brachyurus e Meloidogyne incógnita (nabo não é hospedeiro, ou seja, FR < 1).
Recomendações para implantação do consórcio
Após a colheita da soja, misturar os dois materiais de forma homogênea e semeá-los a lanço numa operação única, seguida de uma incorporação leve (grade niveladora fechada ou correntão-faca). Ainda é possível semear diretamente a mistura em linha (semeadura direta) reduzindo, neste caso, a dose da braquiária (4-5 kg SPV/ha).
Cuidados e observações agronômicas
- Em todo talhão que for utilizar consórcios forrageiros após a safra, é importante que se “esgote” o banco de sementes de plantas daninhas da subsuperfície do solo pois não existe herbicidas indicados para o controle eficiente neste cultivo. Desta forma, espera-se cerca de uma semana após a colheita da soja para as plantas daninhas e a soja “tiguera” germinar, logo após aplica um herbicida ou uma mistura de herbicida sistêmicos de controle total para, somente então, semear os consórcios;
- As principais cultivares disponíveis de nabo forrageiro são Siletina, AL 1000 e IPR 116, sendo a última mais facilmente encontrada em Mato Grosso;
- Consórcio altamente promissor tanto para o SPD quanto para a ILP/boi-safrinha;
- O nabo forrageiro é hospedeiro de mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum) e, portanto, não recomendado para áreas com incidência deste fungo.
Ruzizensis BRS Integra + guandu-anão
Implantação no Show Safra 2024
- BRS Integra 7,0 Kg SPV/ha (~6g SPV/8m²) a lanço;
- Nabo forrageiro Iapar 43-Aratã: semeadura a lanço, com 20 sem/m² (~14 kg/ha ou ~11g SPV/8m²). População esperada de 100.000 plantas/ha.
Data de semeadura: 22/01/2023
Indicação
Consórcio duplo de safrinha para ciclagem de nutrientes e descompactação do solo, tanto no Sistema Plantio Direto (SPD) quanto para Integração Lavoura-Pecuária (ILP), para solos de textura variada (10 a 50% de argila).
Finalidades (em ordem de relevância agronômica)
- Ciclagem de nutrientes (notadamente P) e descompactação do solo;
- Produção de forragem para ILP/”boi-safrinha” (após a soja) em grande quantidade (acima de 7 toneladas MS/ha) e com maior qualidade (maior teor de PB) no período seco, e;
- Incremento de N (FBN) e C (MO) no solo tanto para SPD quanto para ILP.
Recomendações para implantação do consórcio
Após a colheita da soja, a braquiária BRS Integra (7 kg SPV/ha) deverá ser semeada a lanço, antecedendo a semeadura do feijão-guandu. Em seguida, o feijão-guandu Cv IAPAR 43 (8 kg/ha ou cerca de 6 sementes/m linear) deverá ser semeado diretamente em linhas espaçadas entre si por 0,5m objetivando uma população final de 5 plantas/m linear (100.000 plantas/ha). Apesar de ser menos eficiente, o IAPAR 43 pode ser semeado a lanço, com 20 sem/m2 ou cerca de 14 kg/ha. Neste caso, após ser misturado com a braquiária de forma homogênea, semeá-los á lanço numa operação única, seguida de uma incorporação leve (grade niveladora fechada ou correntão-faca).
Cuidados e observações agronômicas
- Em todo talhão que for utilizar consórcios forrageiros após a safra, é importante que se “esgote” o banco de sementes de plantas daninhas da subsuperfície do solo pois não existe herbicidas indicados para o controle eficiente das mesmas neste cultivo. Desta forma, espera-se cerca de uma semana após a colheita da soja para as plantas daninhas e a soja “tiguera” germinar, logo após aplica um herbicida ou uma mistura de herbicida sistêmicos de controle total para, somente então, semear os consórcios;
- Além do IAPAR 43, ainda tem outras cultivares disponíveis de feijão-guandu no mercado mato-grossense que produzirão efeitos semelhantes, tais como Bonamigo 2 (Super N) e BRS Mandarim, estes dois últimos de porte mais elevado;
- O Guandu-anão apresenta bom teor de proteína bruta (PB) na MS (15-20%), mas sua palatabilidade para bovinos se torna boa apenas na fase reprodutiva (menor teor de taninos), correspondendo ao período seco do ano quando semeado na safrinha. É justamente neste período que a braquiária apresenta seu menor teor de PB formando, portanto, uma excelente opção de consórcio forrageiro para a ILP na modalidade “boi-safrinha”. Adicionalmente, esse consórcio também apresenta uma boa digestibilidade para bovinos.