01/04/96 |

Bioinseticida vai controlar o mosquito nas cidades

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Dezenas de prefeituras já se inscreveram para receber o produto da Embrapa. O bioinseticida é barato, natural e é aplicado nos locais onde os mosquitos nascem.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, estará apresentando na Expointer, de 24 de agosto a 1º de setembro, em Esteio, RS, ao mesmo tempo que é colocado no mercado, um bioinseticida que controla o mosquito urbano sem necessidade de produtos químicos. Trata-se de um produto biológico, chamado comercialmente de Spherico, capaz de controlar os pernilongos em seu habitat. Por isso, deve ser utilizado pelo setor público ou por grupos organizados de moradores. Sua utilização não causa efeitos adversos em peixes, crustáceos, abelhas ou outros organismos e é ideal para programas de controle de mosquitos.

José Abrão, diretor da Geratec, empresa gaúcha que está produzindo o bioinseticida, conta que está prevista a venda de oito mil litros do produto até o final do ano. Isto permitirá o controle do mosquito em cerca de oito mil hectares de superfície de água. Dezenas de prefeituras brasileiras estão interessadas em adquirir o bioinseticida.

Os métodos atuais para controle do mosquito baseiam-se no uso de inseticidas químicos, que têm efeitos nocivos ao meio ambiente e à saúde. O bioinseticida desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia é um produto biológico baseado em uma bactéria (Bacillus sphaericus), aprovada pela Organização Mundial de Saúde.

O bioinseticida é colocado em focos de mosquitos. A larva do mosquito se alimenta da bactéria e morre, o que ocorre entre seis e 48 horas após a ingestão do produto. É possível, a partir do aumento das doses, obter a morte em até 30 minutos. Na prática, é como se o mosquito não nascesse.

Além de mais saudável e prático, o bioinseticida é também mais econômico. O pesquisador José Manuel Cabral diz que o custo pode ser até oito vezes menor do que o do produto químico. «Além do custo de produção ser muito mais barato, já que o bioinseticida utiliza apenas a bactéria e água. A forma de aplicação é simples, utilizando-se bombas aplicadoras nos focos ou criadores das larvas desses mosquitos».

O bioinseticida utiliza na sua composição água de levedura como principal fonte de carbono e nitrogênio. Ela é derivada de um subproduto de destilarias de água ou de fábricas de aguardente. Assim, será fácil a instalação de fábricas de bioinseticida nas diversas regiões brasileiras.

O bioinseticida já foi testado em Brasília, de abril de 1988 a março de 1989, em Vitória e em outras regiões brasileiras. Os resultados foram considerados bastante satisfatórios, não apenas com relação ao controle dos insetos como também à diminuição de custos. «Com apenas uma aplicação, obtivemos efeito residual de 20 dias, o que pode ser considerado um resultado muito bom», explica o pesquisador José Cabral.  

Tema: Atividades Temáticas\Meio Ambiente 

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