01/11/96 |

Pesquisa vai mostrar perfil do produtor brasileiro

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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, e a Fundação Getúlio Vargas - FGV começam ainda este ano uma pesquisa para identificar o perfil do agricultor brasileiro e sua atitude em relação às políticas do setor, inclusive tecnológicas. Neste momento está sendo estabelecida a metodologia para o trabalho.

A chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Embrapa, Mariza Barbosa, diz que a pesquisa vai subsidiar as políticas governamentais para o setor agrícola. «Será possível identificar o nível econômico, tecnológico e de resposta do agricultor às políticas e ao mercado e alternativas para integrá-lo ao contexto da economia e do desenvolvimento setorial», explica.

Com a pesquisa, haverá a identificação sobre o padrão de tecnologia e de renda, uso de mão-de-obra, influência do mercado nas decisões, alternativas de empregos, propensão para migrar e taxa de crescimento das famílias. Será possível verificar para onde evolui a agricultura brasileira em termos de emprego, padrão de tecnologia e tendências da agricultura de subsistência e, ainda, conhecer as características dos públicos das políticas governamentais, limitações das políticas alternativas que podem ser destacadas e mecanismos para fortalecer a agricultura familiar, por exemplo.

O custo da pesquisa, que será financiada por diferentes instituições, está estimado em R$ 1,2 milhão. Estudantes universitários farão a coleta dos dados. Mariza Barbosa explica que a estimativa é que na primeira etapa sejam entrevistadas dez mil pessoas e, na segunda, 1.280. O momento atual é de definição da metodologia, em especial a amostragem, que vai dar segurança aos dados obtidos.

A pesquisa somente tem similar em trabalho feito na década de 70 pela FGV. Ela difere dos censos agropecuários por investigar por amostragem os produtores, com um método que privilegia o aprofundamento das informações, a partir das características do tipo de produção e nível social e econômico. Serão aplicados dois questionários. O primeiro é simplificado, para se obter informações sobre as características do estabelecimento e do produtor para classificação. A partir desses resultados será utilizado um novo questionário, mais profundo, com a inclusão de dados sobre a família e sobre a inserção do produtor nas cadeias agroindustriais.

A amostra será estratificada por região e por Estado e, em cada Estado, identificados tipos de agricultura. As características do estudo permitem que os dois modelos básicos de questionário sejam, na prática, subdivididos em algumas dezenas, específicos para o tipo de produtor entrevistado.

Ao final da pesquisa, explica Mariza Barbosa, «teremos a evolução da agricultura e a reação dos diferentes tipos de produtores e segmentos às políticas governamentais, permitindo a adoção de decisões tecnicamente mais confiáveis». «Será possível definir melhor a aplicação dos recursos públicos e as estratégias para atender as necessidades do setor agrícola», explica.

A pesquisa conta com a participação da Financiadora de Estudos e Projetos, Ministério da Agricultura e do Abastecimento, Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas e Confederação Nacional da Agricultura. A previsão de conclusão da pesquisa é final de 1997.  

Tema: A Embrapa\A Instituição 

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