28/11/08 |

Projeto resgata tradição indígena para o controle dos gases poluentes

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O seqüestro de carbono, a redução do aquecimento global e as fontes alternativas de energia foram os temas de uma mesa-redonda que movimentou o primeiro dia do Amazontech 2008, o maior evento técnico-científico da região amazônica, que está acontecendo no Multicenter Sebrae e no Centro de Convenções de São Luis, simultaneamente.

Para um público, onde a maioria era estudante, que lotou a Sala Cacuriá, no Centro de Convenções, na tarde da segunda-feira( 25), o pesquisador Wenceslau Teixeira, da Embrapa Amazônia Ocidental, falou do Projeto Terra Preta Nova, que está sendo conduzido na região. O projeto consiste no uso de carvão vegetal, buscando melhor qualidade agronômica do solo e a redução da emissão de gases de efeito estufa.

Ele disse que os estudos até agora revelam que o carvão vegetal aumenta a capacidade de retenção de água no solo; reduz a perda de nutrientes e aumenta a quantidade de água facilmente disponível para as plantas. Segundo o pesquisador, a conversão da biomassa em carvão vegetal, e este, aplicado ao solo, pode reduzir em 50 por cento as emissões de carbono na atmosfera.

Wenceslau Teixeira revelou que a Embrapa trabalha hoje a idéia concebida pelos pesquisadores sobre a origem das terras pretas de indio, que são áreas de coloração escura, encontradas na região amazônica, com vestígios arqueológicos, como a presença de cerâmicas, e ricas em carbono, fósforo, cálcio, zinco e manguanês. O pesquisador acredita que os índios tenham usado o carvão vegetal para tornar o solo permanentemente agricultável.

E no rastro dessa idéia, o Projeto Terra Preta Nova segue as pegadas das práticas indígenas no preparo do solo. Essas áreas, nessas condições, segundo o pesquisador, existem há mais de 2000 mil anos. A idade delas foi identificada através da datação por carbono 14. A Embrapa Amazônia Ocidental, que tem sede em Manaus, mantém uma área com essas características há mais de 30 anos para produção de mudas. O tempo passa e ela permanence altamente produtiva.

Eugênio Celso Araújo, pesquisador da Embrapa Meio-Norte, com sede em Teresina, foi o segundo a falar na mesa-redonda. Ele mostrou, em detalhes, o potencial das fontes alternativas de energia para o Brasil e o mundo. Disse que além da cana-de-açúcar, soja, girassol, mamona e algodão, culturas já bem conhecidas, estão no páreo da corrida energética do futuro a macaúba, o tucumã, o inajá, o babaçu e o dendê.

Segundo o mapa da produtividade mostrado na palestra, o óleo de dendê sai na frente disparado: são quatro toneladas por hectare, enquando que o de soja, o mais usado hoje para o biodíesel, tem um rendimento de apenas 540 quilos por hectare. O girassol rende 630 quilos por hectare, perdendo para a mamona, que tem um rendimento de 705 quilos e ganha do algodão. Este, alcança 450 quilos de óleo por hectare.

O pesquisador da Embrapa falou também de um dilema que costuma ganhar fôlego nas discussões sobre os biocombustíveis. A área de plantio de alimentos que seria engolida pelas culturas destinadas à produção energias alternativas. Eugênio Celso lembrou que o Brasil tem uma dimensão continental e que, proporcionalmente à ampliação das áreas para produção de biocombustíveis, o País tem aumentado consideravelmente a oferta de alimentos ao longo dos anos. E o que é melhor: praticamente no mesmo número de hectares.

Fernando Sinimbu  654 Mtb / PIContato (86) 9415-1998Embrapa Meio Norte

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