24/03/09 |

Coréia inicia a implantação de laboratório virtual na Embrapa

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O pesquisador coreano, Boh Suk Yang, da RDA – Agência de Desenvolvimento Rural da Coréia, já está em Brasília, onde vai trabalhar na criação do RAVL – laboratório virtual da RDA dentro da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

O RAVL é similar ao Labex, laboratório que a Embrapa mantém no exterior (Europa – Holanda, França e Reino Unido - e EUA) para desenvolver pesquisas em parceria com esses países em diversas áreas relacionadas à agropecuária.

A criação do laboratório virtual coreano é resultado de um acordo de cooperação bilateral assinado entre os dois países em novembro de 2008, que pressupõe também a instalação de um Labex da Embrapa na Coréia, dentro da RDA. O pesquisador ficará aqui por um ano, podendo prorrogar por mais um.

Segundo o representante da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa, Bonifácio Magalhães, o Labex na Coréia deverá ser inaugurado entre os meses de setembro e outubro deste ano. "Estamos em fase de seleção de dois cientistas das áreas de recursos genéticos e ciências animais, que ficarão por um período de dois anos, podendo ser prorrogado por mais dois".

Laboratório vai incrementar as pesquisas de reprodução animal

O trabalho do pesquisador coreano Boh Suk Yang na Embrapa será desenvolvido simultaneamente em duas frentes: ele vai contar com uma sala no Edifício Sede da Empresa, em Brasília, onde vai coordenar as atividades administrativas do RAVL, e na outra parte do tempo vai integrar a equipe de reprodução animal da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia,uma das unidades de pesquisa da Embrapa localizada em Brasília,  coordenada pelo pesquisador Rodolfo Rumpf.

Essa equipe é pioneira no Brasil no desenvolvimento de animais clonados por transferência nuclear e em várias outras tecnologias em prol da pecuária brasileira que vêm sendo repassadas ao setor produtivo, como: inseminação artificial; transferência, bipartição e sexagem (definição do sexo dos embriões antes do nascimento) de embriões; e fecundação in vitro (FIV).

O pesquisador coreano trabalha no Departamento e Genômica Animal e Bioinformática da RDA e a sua experiência será determinante para incrementar ainda mais os estudos de reprodução animal, como afirma Rumpf, especialmente dos relacionados à fertilização in vitro.

"A Coréia está bastante avançada no campo das ciências animais e eles já conseguem fecundar embriões de suínos in vitro, tecnologia que ainda não dominamos na Embrapa", explica o pesquisador da Embrapa Rceursos Genéticos e Biotecnologia. Por isso, segundo ele, esse será um dos pontos altos da cooperação técnica.

Experiência coreana vai beneficiar pesquisas de conservação de recursos genéticos animais

A fecundação de embriões in vitro já é feita com sucesso com bovinos no Brasil e a possibilidade de estendê-la para suínos vai beneficiar, especialmente, a conservação de raças em perigo de extinção.

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia mantém um programa de conservação de recursos genéticos animais, em parceria com outras unidades da Embrapa, instituições de pesquisa, universidades e associações de criadores, voltado à preservação de raças de animais domésticos ameaçadas de extinção.

Muitas dessas raças, que englobam bovinos, suínos, ovinos, caprinos, eqüinos, asininos e bubalinos, encontram-se no Brasil desde o período da colonização e, por isso, possuem características de rusticidade e adaptabilidade adquiridas ao longo dos séculos, muito importantes para programas de melhoramento genético animal.

Rumpf explica que a RDA possui uma experiência sólida na área animal, tanto em termos de conservação quanto reprodução e, por isso, a troca de experiência com o pesquisador coreano será fundamental para as pesquisas da Embrapa. O trabalho de Yang na Unidade será focado nas seguintes linhas de pesquisa: produção de embriões in vitro de bovinos e suínos; isolamento e cultivo de células somáticas; criopreservação (congelamento) de embriões e óvulos; genômica; clonagem por transferência nuclear e produção de animais transgênicos.

Na Coréia, eles já dominam a tecnologia de produção de animais transgênicos, só que com o foco diferente do Brasil. Lá, a ênfase está na melhoria de qualidade da carne de bovinos e suínos, especialmente para produção de carne "marmorizada", de alta qualidade, entremeando fibras de gordura às fibras musculares.

O pesquisador coreano afirmou que as suas expectativas estão centradas no intercâmbio de conhecimentos técnico-científicos com a equipe brasileira, responsável por um marco histórico no Brasil e na América Latina: o nascimento do primeiro clone bovino, a fêmea da raça Simental, "Vitória da Embrapa", em 2001, entre outras conquistas.

"A criação do RAVL vai possibilitar unir a experiência coreana e brasileira em prol da pesquisa agropecuária e do agronegócio", ressaltou Yang, lembrando que a cooperação prevê também o intercâmbio de cientistas brasileiros e coreanos.

Fernanda Diniz(MTb 4685/898/DF)Embrapa Recursos Genéticos e BiotecnologiaContatos: (61) 3448-4769 e 3340-3672fernanda@cenargen.embrapa.br          

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