As terras da Estação Experimental de Richard Toll, no Senegal, terão uma boa área cultivada com variedades de arroz de sequeiro da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Previsto em acordo de cooperação técnica entre os governos brasileiro e senegalês, o trabalho começa emjulho e se estende até 2012, quando os especialistas acreditam ter colaborado para a autosuficiência na produção orizícola daquele país.

Inicialmente diversas cultivares de arroz de terras altas (ou sequeiro) serão testadas na região do Vale do Rio Senegal, onde está localizada a Richard Toll. A escolha do local se deve a pelo menos dois motivos. Oprimeiro é porque a área da estação tem clima e solo semelhantes às das terras onde é cultivado arroz de sequeiro no Brasil.

Em segundo lugar porque, com a instalação das lavouras experimentais na chamada Unidadepiloto de pesquisa adaptativa (UPPA), haverá uma revitalização da própria estação – que pertence ao Instituto Senegalês de Pesquisas Agrícolas(ISRA).

Além disso, o projeto (oficialmente denominado  apoio ao desenvolvimento da rizicultura no Senegal) vai colaborar para driblar um dos principais problemas enfrentados pelas comunidades rurais do Senegal: a vulnerabilidade da produção agrícola ao regime pluviométrico do Sul do Sahara. "Isso significa que os agricultores têm dificuldade de viverem daatividade, fazendo com que haja uma insegurança alimentar na região e, claro, uma desarticulação no sistema produtivo", exlica o coordenador daEmbrapa África (Accra-Gana), Cláudio Bragantini.

Um dos objetivos deste projeto de cooperação é disponbilizar tecnologias que propiciem ao Senegal chegar a autosuficiência em produção de arroz em2012. Os especialistas acreditam que, para isso, serão necessário o beneficiamento de um milhão de toneladas do produto, das quais 200 miltoneladas deverão ser produzidas em terras altas.

"Faltava a assinatura dos presidentes Lula e Abdoulaye Wader para darmos início a parte técnica,o que ocorreu nesta semana, comenta o pesquisador Bragantini. Segundo ele avalia, a expectativa do governo senegalês é de ter solucionado parte doproblemas relacionados ao aumento da produção de alimentos básicos - como arroz, milho, mandioca.

Elaborado pela Embrapa África (Accra-Gana), representação da estatal brasileira para o  continente africano, com apoio da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás-GO), o projeto começa a ser executado no mês de julho, se encerra em junho de 2012, embora possa ser renovado. São parceiros deste trabalho a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o ISRA.

Deva Rodrigues (MTb/RS 5297)Embrapa África (Accra-Gana)Contatos: +233 21-780-714+233 54-1828-292E-mail: deva.rodrigues@embrapa.br