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Palestra aborda indicadores de sustentabilidade em Sistemas Agroflorestais

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O pesquisador Marcelo Francia Arco-verde, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, participa de 22 a 26 de junho, do VII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais, em Brasília. O evento, que tem como tema "Diálogo e Integração de Saberes em Sistemas Agroflorestais para Sociedades Sustentáveis", acontece no Centro de Treinamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria.

Com doutorado em Sistemas Agroflorestais (SAFs), Marcelo Arco-Verde vai apresentar um painel sobre indicadores de sustentabilidade da atividade e o mini curso Modelagem e Simulação de SAFs.

No painel, que acontece terça-feira( 23), a partir das 10h, ele explicará a necessidade de ampliar os estudos sobre aspectos financeiros como forma de aumentar a aceitabilidade dos sistemas pelos produtores e mostrar os resultados econômicos conquistados. "Com isso, até a liberação de crédito pelos bancos é mais viabilizada, visto que um impedimento atual para esses empréstimos é a falta de indicadores dos resultados do SAFs", comenta Marcelo.

Na apresentação, o pesquisador demonstrará a viabilidade econômica nas diferentes fases de implantação e manutenção. Dependendo do que for escolhido para compor o sistema, o agricultor pode ter retorno já no primeiro ano. Mas, de modo geral, os SAFs têm bom retorno a longo prazo, pois oferecem estabilidade de renda mediante a sucessão de plantas produtivas - cada uma com seu período de colheita, ano após ano.

O mini curso será oferecido na sexta-feira ( 26), gratuitamente, a 30 alunos, das 8h às 18h. Com o tempo de duração maior, os participantes poderão se aprofundar mais no assunto, desenvolvendo habilidades e competências para criação, simulação e análises de sistemas agroflorestais.

Na oficina, Marcelo Arco-Verde apresentará o programa de computação "Amazonsaf", desenvolvido por ele e por George Amaro, membro do Núcleo de Inteligência Científica da Embrapa-RR. "Com essa ferramenta, o produtor poderá enxergar diferentes cenários e descobrir se os SAFs continuariam viáveis mesmo havendo, por exemplo, problemas com mão de obra ou com insumos. Ele saberia se teria prejuízo, de quanto seria esse prejuízo e, se, ainda assim, valeria a pena", explica .

Experiência Sustentável

A  Embrapa desenvolve, em Roraima, um trabalho em parceria com a Associação de Proteção Ambiental do Apiaú (APAA), utilizando sistemas agroflorestais no município de Mucajaí. Na região, onde é muito comum a prática de queimadas, um grupo de produtores apostou, há cerca de dez anos, na utilização do modelo que integra agricultura e floresta. Com o passar do tempo, eles perceberam que é realmente viável estabelecer formas de agricultura familiar sustentável na área.

A melhoria de qualidade de vida das famílias dos pequenos produtores rurais tem sido um estímulo para que outras famílias copiem o modelo sem degradar a floresta Amazônica. A iniciativa deu tão certo que, este ano, a APAA, com apoio técnico da Embrapa-RR, instalou uma agroindústria de processamento de polpa para sucos. Frutas típicas da região como açaí e cupuaçu são o "carro chefe". Mas eles também trabalham com graviola, goiaba, abacaxi e maracujá.

A fábrica recebe a produção frutífera dos sistemas agroflorestais, agrega valor aos produtos, aproveita a mão-de-obra da região e gera mais uma fonte de renda para esses produtores. O presidente da APAA, Carlos Augusto Gomes, conta que antes eles não sabiam o que fazer com as frutas geradas. "Quando tentavam vender, chegavam a perder 50% delas no transporte. Agora, eles podem transformar em polpa, conservar, transportar e vender mais facilmente. A capacidade da agroindústria é de até 200 kg/dia. Assim, a agroindústria estimula os produtores a utilizar o sistema agroflorestal e preservar o meio ambiente", finaliza Carlos Augusto.

Liliane Cronemberger(MTb 1157/PI)Assessoria de ComunicaçãoEmbrapa RoraimaContatos:(95) 4009-7107

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