15/10/09 |

Palestra sobre saneamento rural abre Mostra de Agricultura Familiar

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Os participantes da 3ª Mostra de Agricultura Familiar, que acontece nessa sexta-feira (16) no assentamento Taquaral, em Corumbá-MS, assistirão à palestra de abertura sobre saneamento básico rural. O palestrante será o pesquisador aposentado da Embrapa, Antônio Novaes.

A palestra, marcada para as 8h20, na Estação Experimental do Campo, vai tratar de medidas simples e baratas para garantir saneamento básico na área rural. "Quando se fala em saneamento, isso implica em tratamento de esgoto, água e do lixo. O principal objetivo é proporcionar um ambiente onde não se proliferem doenças causadas por coliformes fecais, que na área rural são mais difíceis de tratar", explica.

Antônio Novaes é veterinário e atuou por muitos anos na área de sanidade de bovinos e equinos na Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), e depois se transferiu para a Embrapa Instrumentação Agropecuária, também em São Carlos-SP, onde reside. Há cerca de dez anos, realiza palestras e trabalhos voltados para o saneamento básico rural, em parceria com a própria Embrapa e outras instituições.

"É um trabalho quase voluntário, pois o retorno financeiro é muito pequeno, já que trabalhamos com comunidades de baixa renda. Mas, no fim das contas, vale muito a pena, e ainda me mantenho ocupado", diz.

Novaes vai falar sobre as fossas sépticas biodigestoras para tratamento de esgoto doméstico e sobre o clorador Embrapa, sistema de tratamento da água para consumo humano desenvolvido por ele.

"Quando se vive na roça, a tradição é ligar os vasos sanitários a um buraco cavado no solo. E esse buraco se torna, na realidade, um poço de doenças. Os dejetos infiltram o solo e atingem o lençol freático, que abastece o poço da própria residência. Isso se torna um desastre de saúde pública, com a incidência de diversas doenças que chamamos de feco-orais [causadas pela contaminação por fezes], como hepatite, giardíase" explica o cientista.

Segundo ele, a fossa séptica evita a infiltração do solo, não atingindo o lençol freático. O efluente dela não causa odores desagradáveis, a carga bacteriana é baixa e ainda pode ser utilizado como adubo nas atividades agrícolas da propriedade. "Uma fossa que atende a uma família de cinco pessoas é capaz de adubar até 2,5 hectares de terra", revela.

O clorador permite o tratamento e a descontaminação da água para torná-la potável de uma maneira simples e barata. "Usa-se hipoclorito de cálcio [mesmo agente usado em piscinas] na concentração de uma colher para cada mil litros de água todos os dias", diz.

Antônio Novaes explica que as famílias de agricultores de baixa renda podem ter acesso a recursos por meio do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) do Governo Federal, com financiamento pelo banco do Brasil com taxas de 1% ao ano. Uma fossa séptica biodigestora custa cerca de mil reais, segundo Novaes.

A 3ª Mostra de Agricultura Familiar e 1ª Feira de Sementes e Mudas de Corumbá são uma realização da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Fundação Terra Pantanal, Estação Experimental do Campo, Secaf (Consultoria e Assessoria para Agricultura Familiar), Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Cisv (Comunità Impegno Servizio Volontariato), Ataac (Associação dos Técnicos em Agropecuária dos Assentamentos de Corumbá) e Prefeitura de Corumbá.

Mais informações:sac@cpap.embrapa.br

Saulo Coelho Nunes  DRT/SE - 1065Área de Comunicação e NegóciosEmbrapa Pantanal, Corumbá (MS)Contatos: 67 3234-5807saulocoelho@cpap.embrapa.br

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