Duas pesquisadoras da Embrapa foram selecionadas e já estão trabalhando com cientistas de outros países A Parceria de Avaliação e Desempenho Ambiental da Pecuária (Livestock Environmental Assessment and Performance Partnership - Leap) da FAO selecionou cerca de 72 profissionais representando 28 países para compor seus grupos técnicos consultivos (TAGs). Pelo Brasil, são cinco profissionais, sendo dois da Embrapa. Os representantes já participaram de uma primeira reunião, na sede da FAO, em Roma, Itália, em abril. Dois grupos consultivos técnicos de especialistas nas abordagens de bioeconomia circular e serviços ecossistêmicos se encontraram em San José, Costa Rica, de 28 a 30 de novembro, para definir e estabelecer seus principais desafios e desenvolver uma abordagem internacional harmonizada em ambos esses temas na forma de diretrizes, que serão implementadas em um relatório global voltado a contribuir para a sustentabilidade da pecuária global. A chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Paula Packer, está no Grupo Consultivo Técnico sobre Abordagens de Bioeconomia Circular, que analisou as opções de recuperação de resíduos e fluxos de resíduos da produção pecuária e de recursos alimentares alternativos, para o desenvolvimento de orientações técnicas sobre abordagens de bioeconomia circular no setor pecuário, buscando moldar práticas mais sustentáveis e eficientes para o setor. Nesse grupo, do qual fazem parte 36 especialistas de 24 países, além de Paula Packer, também participa o professor Adibe Luiz Abdalla, da Universidade de São Paulo (USP), e profissionais da Argentina, Austrália, Bangladesh, Canadá, China, Costa Rica, Alemanha, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Irã, Itália, Quênia, México, Nova Zelândia, Paraguai, Peru, Reino Unido, Ruanda, Turquia, Uganda e Uruguai. Paula, destaca a importância desta conexão com na escala mundial, que não finaliza com a publicação dos relatórios, principalmente da série de bios: bioeconomia, bioprodutos, bioinsumos, biocombustíveis, biofertilizantes etc., pois é preciso olhar para a possibilidade de transformar o agro, que vem sofrendo mudanças significativas. Serviços ecossistêmicos Para o grupo de serviços ecossistêmicos, com 36 especialistas de 20 países, foi selecionada a pesquisadora da Embrapa Solos (RJ) Rachel Prado, juntamente com mais dois cientistas brasileiros, o professor Marcelo Beltrão Molento da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e a pesquisadora Sílvia Regina Silva de Oliveira Bento da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Nessa diretriz, além dos países que integram o grupo de bioeconomia circular, entram Gâmbia, Paquistão, Tunísia e Zimbábue. Rachel Prado atua no âmbito do Portfólio Serviços Ambientais da Embrapa. Ela explica que o objetivo do TAG é gerar, até 2024, diretrizes para medir e contabilizar a multifuncionalidade dos serviços ecossistêmicos fornecidos no âmbito da pecuária. “O grupo trabalha em conjunto com redes de pesquisa para apoio à tomada de decisão, que atuam nos temas biodiversidade, nutrientes, água e carbono do solo, tais como Global Agenda for Sustainable Livestock (GASL), German Association of the Study of the Liver (GASL), Global Soil Partnership e Ecosystem Services Partnership”, acrescenta. Há pesquisadores representando todos os continentes, agregando ao relatório sua experiência em diferentes sistemas de produção, disciplinas e métodos para avaliação dos impactos da pecuária nos serviços ecossistêmicos. O relatório terá também a figura de estudos de caso, onde o Brasil será representado.