Devido à diversidade da exploração da caprinocultura e da ovinocultura em termos espaciais e aos sistemas de produção existentes no Brasil, a cadeia produtiva e as instituições de pesquisa e de defesa animal ressentem-se da falta de informações que facilitariam o planejamento de suas atividades, bem como a identificação de problemas de pesquisa e de estratégias mais adequadas de apoio à inovação para cada segmento produtivo e região, visando ações e programas de controle de doenças mais eficazes e efetivos. 

A sistematização e organização das informações no contexto das cadeias produtivas de caprinos e ovinos, dada a sua dinâmica e complexidade, requer o controle e a atualização constante de dados associados às unidades produtoras nas diferentes regiões e estados da federação, bem como  avaliação dos programas de controles existentes. Essas informações planejadas, em geral, são obtidas mediante o manuseio e análise de um grande volume de dados e se encontram dispersos em variadas fontes e formatos nas instituições de pesquisa, defesa sanitária animal e assistência técnica. A eficiência desse planejamento poderá ser potencializada à medida em que puder dispor de dados integrados, atualizados e de fácil interpretação.

O zoneamento sanitário é uma ferramenta pela qual se determina quais as regiões, dentro de um determinado espaço geográfico, apresentam problemas sanitários e enfermidades nos rebanhos, com o objetivo de estabelecer estratégias de manejo, prevenção e controle de doenças, contribuindo para o desenvolvimento da cadeia produtiva. Antecipar-se aos desafios sanitários nas questões de epidemiologia das enfermidades é um processo contínuo em sanidade animal.

A Embrapa Caprinos e Ovinos, considerando o volume relevante de informações sobre a caracterização de prevalência das principais doenças de rebanhos caprinos e ovinos na região do Semiárido brasileiro, sistematizou a plataforma CIM Zoossanitário, disponibilizando aos agentes da cadeia produtiva de caprinos e ovinos o zoneamento das prevalências de Artrite Encefalite Caprina (CAE), Brucelose Ovina (BO), Linfadenite Caseosa (LC) e Maedi Visna (MV) obtidos em sete estados da região Nordeste (MA, PI, CE, RN, PB, AL e SE), abrangendo 32 microrregiões geográficas, 90 municípios produtores, 433 propriedades, totalizando 19.471 amostras sorológicas analisadas. Cerca de 70% dos municípios com rebanhos caracterizados pelo projeto Zoossanitário estão incluídos em 20 Territórios da Cidadania.

O CIM Zoossanitário é resultado desta integração de informações, pode ser acessado por meio de website e tem o objetivo de sistematizar e disponibilizar informações relativas ao zoneamento sanitário de pequenos ruminantes. Esta plataforma servirá para atender as demandas das cadeias produtivas da caprinocultura e da ovinocultura, possibilitando o mapeamento e caracterização epidemiológica das principais doenças dos rebanhos de pequenos ruminantes, permitindo que estas atividades disponham de informações que subsidiem um planejamento de defesa sanitária da exploração de caprinos e ovinos. Com a disponibilização dessas informações pretende-se auxiliar programas de controle já existentes buscando um modelo integrativo de inovação no estabelecimento de melhores estratégias de controle e prevenção de doenças na área de defesa sanitária.

Os dados apresentados são fruto do trabalho de pesquisa realizado entre os anos de 2012 a 2019 no âmbito do projeto “Estudo zoossanitário da caprinocultura e ovinocultura tropical: epidemiologia, riscos e impacto econômico das enfermidades”, que procurou determinar os atributos zoossanitários dos sistemas de produção de ovinos e caprinos tropicais e estudar os possíveis fatores de risco de dez doenças presentes em oito estados da região Nordeste do Brasil. Futuramente, serão incorporados dados de outras doenças de ovinos e caprinos, bem como análises de risco destas enfermidades. Essas informações serão úteis para diversos públicos: pesquisadores, estudantes, professores, profissionais de extensão e agências de defesa agropecuárias.

No CIM Zoossanitário o usuário encontra dados gráficos e cartográficos, conforme o seu interesse. As informações podem ser obtidas para os recortes territoriais de estados, sendo o detalhamento das informações disponibilizadas em nível de microrregiões geográficas e categorias do rebanho. Abaixo seguem alguns índices em uma panorama geral da prevalência em nível de rebanho (relação animal positivo/total animal amostrado na microrregião) e em nível de propriedade (propriedade com ao menos um caso de animal positivo/total de propriedades analisadas na microrregião). Para uma consulta mais detalhada, navegue na página de cada doença (Artrite Encefalite Caprina, Brucelose Ovina, Linfadenite Caseosa e Maedi Visna).

 

Que informações estão no CIM Zoossanitário?

  • Índice de prevalência de quatro doenças de caprinos e ovinos.
  • Zoneamento das doenças, Artrite Encefalite Caprina, Brucelose Ovina, Linfadenite Caseosa e Maedi Visna.
  • Amostras de rebanhos de sete estados da região Nordeste (MA, PI, CE, RN, PB, AL e SE).
  • Abrangência de 32 microrregiões geográficas, 90 municípios produtores, 433 propriedades e 19.471 amostras sorológicas analisadas.
  • Cerca de 70% dos municípios com rebanhos caracterizados pelo Projeto Zoossanitário estão incluídos em 20 Territórios da Cidadania.

 

Indicadores sobre a prevalência média das doenças:

  • A prevalência média de Artrite Encefalite Caprina (CAE) nos rebanhos caprinos foi de 2,0%. O estado de Alagoas apresentou maior prevalência (5,14%), e a menor prevalência (0,22%) observada no estado do Maranhão.
  • A prevalência de Linfadenite Caseosa foi de 26,6% nos rebanhos caprinos e de 34,0% nos rebanhos ovinos. Os estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte apresentaram prevalências médias em torno de 40% nos rebanhos ovinos.
  • A Brucelose Ovina apresentou prevalência média de 4,73% nos rebanhos ovinos amostrados. O estado do Piauí apresentou o maior índice (9,24%) e o menor índice de prevalência (0,89%) no estado do Maranhão.
  • A ocorrência de Maedi Visna foi analisada em 4.943 amostras sorológicas, ou seja, aproximadamente 5 mil animais, utilizando o método IDGA, sendo detectado apenas 2 casos positivos.

 

Indicadores sobre a prevalência média por categoria animal:

  • Prevalência de Artrite Encefalite Caprina por categoria de rebanho, matriz, fêmea jovem, macho jovem e reprodutor foi de 2,02%, 1,56%, 2,20% e 2,66%, respectivamente.
  • Prevalência de Linfadenite Caseosa em rebanhos caprinos por categoria: fêmea jovem (9,1%), macho jovem (7,6%), matriz (35,8%) e reprodutor (32,4%).
  • Prevalência de Linfadenite Caseosa em rebanhos ovinos por categoria: fêmea jovem (15,0%), macho jovem (13,5%), matriz (43,9%) e reprodutor (41,9%).
  • Prevalência de Brucelose Ovina por categoria: fêmea jovem (3,3%), macho jovem (1,9%), matriz (6,0%) e reprodutor (6,1%).

 

Indicadores sobre a prevalência de propriedade:

  • 15,2% das propriedades amostradas apresentaram pelo menos um caso de Artrite Encefalite Caprina no rebanho.
  • 78,4% das propriedades amostradas apresentaram pelo menos um caso de Linfadenite Caseosa no rebanho caprino.
  • 85% das propriedades amostradas apresentaram pelo menos um caso de Linfadenite Caseosa no rebanho ovino.
  • 39,6% das propriedades amostradas apresentaram pelo menos um caso de Brucelose Ovina.
  • A prevalência de Maedi Visna em nível de propriedade foi menos de 1%.

 

Com o cruzamento dessas informações, as instituições e os agentes da cadeia produtiva poderão elaborar planejamentos de manejo sanitário, programas de defesa sanitária customizados para a microrregião ou território analisados.

Demandas com outras características, planos de informações ou análises detalhadas podem ser encaminhadas à Embrapa Caprinos e Ovinos. Entre em contato pelo Serviço de Atendimento ao Cidadão no https://www.embrapa.br/en/fale-conosco/sac/.

Para usar dados desta página como referência:
EMBRAPA CAPRINOS E OVINOS. Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos. Dados CIM Zoossanitário. Disponível em: https://www.embrapa.br/cim-inteligencia-e-mercado-de-caprinos-e-ovinos/zoossanitario/dados. Acesso em: (colocar a data de acesso no formato do exemplo a seguir: 11.jul.2020)

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