História

As primeiras experiências da Embrapa em solo roraimense iniciaram na década de 70, quando pesquisadores da Embrapa de Manaus (Amazônia Ocidental) viajaram a Boa Vista para realizar experimentos financiados pelo Projeto de Melhoramento e Manejo de Pastagens da Amazônia Legal (Propasto). Os técnicos agrícolas tinham a missão de analisar forrageiras e leguminosas (pasto para gado).

No início da década de 80 foi implantado o Núcleo de Pesquisa Agropecuária de Roraima (NPAR), cujas atividades eram coordenadas pelo Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Úmido (CPATU), com sede em Belém do Pará. O NPAR teve como primeiro coordenador geral o pesquisador Walmir Sales Couto que contou com a parceria dos pesquisadores Alfredo Augusto Cunha Alves e Antônio Carlos Centeno Cordeiro nas coordenações adjuntas.

Com um total de 17 funcionários, o NPAR funcionava em um imóvel residencial cedida pelo governo, na capital Boa Vista. O Núcleo contava com três pesquisadores, as secretárias Maria Ordália Barbosa de Freitas e Maria Sheila Coelho, técnicos agrícolas e operários rurais cedidos pela Secretaria de Agricultura de Roraima e pela Associação da Assistência Técnica  e Extensão Rural do Estado de Roraima (ASTER-RR). Nesta época o Núcleo contava com poucos equipamentos e veículos e a estrutura de trabalho era simplificada. As pesquisas eram voltadas para a produção de grãos, fruteiras, forrageiras, hortaliças e mineralização de bovinos. Nesta fase, Roraima se consolidou como uma região com grandes possibilidades de crescimento.

 

A criação da Embrapa Roraima
Em 1981, Roraima ganhou, definitivamente, a primeira Unidade da Embrapa com objetivo de contribuir com as produções agrícolas da região. Em 13 de agosto de 1981, a Diretoria Executiva criou a Unidade de Execução de Pesquisa de Âmbito Territorial de Boa Vista (UEPAT- Boa Vista), com sede na Rua Capitão Júlio Bezerra, onde atualmente está sediado o Instituto Euvaldo Lodi (IEL).

O desafio da primeira chefia da UEPAT Roraima foi do pesquisador Dr. Erci Morais que cumpriu sua missão de 1981 a 1984.  A gestão de Erci de Morais teve como primeiro subchefe o pesquisador Oscar Nogueira que, posteriormente, foi substituído por  Daniel Gianluppi. De 1984 a 1991, os cargos foram ocupados pelo pesquisador Daniel Gianluppi (chefe), Ramayana Braga (subchefe) e Hebert Fernando da Silva ( responsável pela  Área de Operações Administrativas).
A partir da criação da Unidade, as pesquisas realizadas em Roraima ficaram mais estruturadas, o quadro de pesquisadores ampliou e uma equipe de técnicos agrícolas e assistentes administrativos foram transferidos de Brasília para Roraima, com objetivo de somar esforços na estruturação da Unidade.

Houve investimento na infraestrutura necessária à pesquisa, como a aquisição de máquinas, automóveis, tratores e implementos agrícolas. Nesse período, a equipe de pesquisadores totalizava 16 profissionais das áreas de agronomia, medicina veterinária, zootecnia e comunicação social. Uma das primeiras iniciativas da equipe de pesquisadores recém-formada foi conhecer, com auxílio dos técnicos da extensão rural, as propriedades agrícolas de Roraima para identificar as principais demandas de ordem tecnológica para o meio rural da região.

No início da década de 80, Roraima produzia farinha de mandioca e carne bovina. Todas as demais culturas eram importadas. O grande desafio da pesquisa era transformar as extensas áreas de cerrado, com baixa produtividade agropecuária, em espaços agrícolas economicamente ativos e também oportunizar alternativas de produção para as pequenas propriedades roraimenses. Dentre as primeiras pesquisas realizadas na região, destaque para os estudos de melhoramento, nutrição e doenças de plantas, fertilidade de solos, nutrição, manejo e sanidade animal.


Nova Sede e Concurso Público
Em 1985 a Embrapa Roraima ganhou uma nova sede, localizada no Distrito Industrial de Boa Vista, na BR 174, Km 08, onde se consolidou até os dias atuais. A construção da sede contou com recursos do Governo Federal e do estado (até então território) e foi um marco na evolução da Embrapa Roraima. Novos laboratórios foram construídos e a atuação da empresa se tornou mais intensa. Em 1986 houve o primeiro concurso público da Unidade. O quadro de funcionários cresceu de 94 para 120 profissionais, dentre os quais 30 eram pesquisadores, a maioria com a qualificação de mestrado. O programa de capacitação contínua da Embrapa, desde este período, já incentivava os pesquisadores a obterem títulos de doutores, com objetivo de somar conhecimentos e estimular a realização de novas pesquisas.


Transição de UEPAT para UEPAE
Logo após a promulgação da constituição brasileira, o Território Federal foi transformado em estado. Em 11 de novembro de 1988, a UEPAT passou a se denominar Unidade de Execução de Pesquisa de Âmbito Estadual (UEPAE de Boa Vista). As principais contribuições da época foram nas áreas de mineralização das pastagens, variedades de mandiocas, dentre outras práticas culturais. Roraima somava uma série de vantagens que possibilitavam uma pesquisa mais diversificada como, por exemplo, as diferentes vegetações, com áreas de cerrados e florestas, viabilidade de produção na entressafra de outros estados do país, possibilidade de realizar duas safras por ano com irrigação, além da proximidade estratégica com os mercados do Norte da América do Sul, estimulando a exportação.


Consolidação como Centro de Pesquisa Agroflorestal
A UEPAE continuou seu processo de evolução e, em 1 de março de 1991, com base em uma nova organização da Embrapa Nacional, foi transformada em Centro de Pesquisa Agroflorestal de Roraima (CPAF-RR), conhecida principalmente como Embrapa Roraima.