A publicação registra as principais discussões que vêm permeando a Embrapa sobre o potencial da bioeconomia para o desenvolvimento sustentável da Amazônia e as possíveis contribuições da ciência e inovação tecnológica nessa trajetória.

Intensificadas nos últimos anos, essas discussões contemplam e dialogam com as múltiplas visões, de diferentes agentes e coletivos, sobre as trajetórias de desenvolvimento e os tipos de bioeconomia existentes ou com potencial para emergir nesse bioma.

Um entendimento ampliado do que é, e do que pode ser, a bioeconomia no contexto amazônico foi o ponto de partida deste documento, que buscou, também, estimular um posicionamento relevante da Embrapa para delinear suas estratégias de atuação nos ecossistemas de inovação da região.

Nesse sentido, esta publicação traz uma síntese de abordagens, desafios e oportunidades que estão em torno desse conceito de bioeconomia nesse ambiente das várias Amazônias, reforçando a necessidade de que o envolvimento das comunidades que vivem e/ou atuam na Amazônia deve ser uma premissa das atividades de ciência, tecnologia e inovação.

Pela primeira vez governos e sociedade civil dos oito países amazônicos estão engajados em um processo integrado e convergente de diálogo sobre quais políticas de Estado são necessárias para tornar a bioeconomia baseada na biodiversidade o principal vetor do desenvolvimento inclusivo e sustentável da região.

No Brasil, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Embrapa constataram que as políticas promovidas ao longo dos últimos 70 anos resultaram na conversão de cerca de 20% e na degradação de outra parte considerável (38%) do bioma devido ao uso do fogo. O resultado foi a geração de benefícios econômicos para poucos, enquanto se manteve o paradoxo amazônico de imensa riqueza ambiental com grande parte das populações rurais e urbanas vivendo em condições de pobreza e dependentes de programas governamentais de complementação de renda. O Amapá é um caso emblemático com 73% de áreas especialmente protegidas e 57% da população inscrita no CadÚnico do governo federal.

As discussões atuais convergem para o fortalecimento da cooperação com a construção de uma agenda de ações e políticas voltadas para inclusão produtiva que proporcione aumento da renda e qualidade de vida aos mais de 28 milhões de habitantes da bacia Amazônica, em consonância com a conservação e uso sustentável dos recursos naturais e da biodiversidade desta região. (...)