Perguntas e respostas Perguntas e respostas

Controle biológico é definido como "o uso de organismos vivos para  suprimir a população de uma praga específica, tornando-a menos abundante ou  menos danosa". O termo "praga" é definido como sendo qualquer espécie,  linhagem ou  biotipo de uma planta, animal ou agente patogênico, daninho ou  potencialmente daninho para os vegetais ou animais.

Para desenvolver as pesquisas, os cientistas reproduzem as  relações que ocorrem entre os seres vivos na natureza em laboratório, da  seguinte forma:

• A primeira etapa é o levantamento e coleta de inimigos naturais no ambiente;
• Na segunda, são desenvolvidos processos de isolamento, identificação, caracterização e avaliação da sua eficiência como agentes de controle biológico.
• Na terceira etapa, são desenvolvidos produtos à base de agentes de controle biológico, cuja eficiência em campo e segurança biológica são avaliadas. Em muitos casos, esses estudos são realizados em parceria com outras instituições públicas e privadas e envolvem também ações de .manejo do agroecossistema de modo a favorecer os inimigos naturais ali já existentes.

São insetos benéficos, predadores, parasitóides, e microrganismos, como fungos, vírus e bactérias com potencial patogênico sobre insetos-praga. Eles podem ser nativos do Brasil e exóticos (introduzidos de outros países)

Os pesquisadores desenvolvem pesquisas com esses organismos para avaliar o seu potencial patogênico (capacidade de causar doença) nos organismos-alvo, ou seja, aqueles que causam danos às lavouras agrícolas e também sobre os organismos não-alvo, que podem ser outros insetos, animais e os seres humanos.

Sim, pois oferece soluções sustentáveis e biológicas com potencial de controlar pragas agrícolas, sem causar danos à saúde humana, de animais e ao meio ambiente.

Sim. A Embrapa já desenvolveu quatro inseticidas biológicos, ou bioinseticidas, para controle de pragas agrícolas e insetos transmissores de doenças:
1) O Sphaerus SC- para controle do mosquito transmissor da malária (Anopheles)
2) Bt-Horus – eficaz contra o mosquito da dengue (Aedes aegypti)
3) Ponto Final – para controlar lagartas que atuam como pragas nas culturas de milho e hortaliças
4) Fim da Picada – eficiente contra o borrachudo

Porque não contêm, em sua formulação, nenhuma substância química. Os produtos mencionados na resposta anterior foram desenvolvidos a partir de duas bactérias chamadas de entomopatogênicas (específicas contra os insetos-alvo): Bacillus thuringiensis e Bacillus sphaericus. Isso significa que elas só são capazes de causar mal aos insetos, sendo completamente inofensivas aos outros organismos vivos e ao meio ambiente. Essas bactérias já são amplamente utilizadas em programas de controle biológico em todo o mundo, com a recomendação da Organização Mundial de Saúde.

Sim, já estão no mercado, mas não podem ser adquiridos na Embrapa. A Empresa é responsável pelo desenvolvimento do produto, mas depois a tecnologia é transferida ao setor privado, que se torna responsável pela sua comercialização.

As bactérias utilizadas na formulação dos bioinseticidas foram coletadas em solo brasileiro, o que além de torna-las mais efetivas contra os insetos, pois estão adaptadas às condições climáticas do país, reduz os custos de produção dos inseticidas biológicos. A Embrapa investe sistematicamente na coleta de microrganismos (bactérias, fungos e vírus) para depois testar o seu potencial de aplicação contra insetos-praga em seus laboratórios. O fato de a Empresa possuir unidades em todo o Território Nacional facilita essas pesquisas.

Os microrganismos são conservados em coleções, que podem ser mantidas de várias maneiras: botijões de nitrogênio líquido (onde ficam preservadas a 196ºC abaixo de zero), freezers e em tubos de ensaio. A coleção de bactérias entomopatogênicas, por exemplo, de onde saíram as linhagens que deram origem aos inseticidas biológicos, conta hoje com mais de 2.500 estirpes caracterizadas e conservadas em condições de segurança nos laboratórios da Embrapa, em Brasília, DF. Hoje, esses e outros microrganismos estão à disposição da Embrapa e de outras instituições de pesquisa do Brasil e do exterior para desenvolvimento de outros produtos biológicos.